sábado, 26 de dezembro de 2009
Instantes - 26/12/09
sábado, 19 de dezembro de 2009
O presépio - 19/12/09
domingo, 13 de dezembro de 2009
Oiapoque - 12/12/09
sábado, 5 de dezembro de 2009
Minha metade - 05/12/09
sábado, 28 de novembro de 2009
É gol! - 28/11/09
domingo, 22 de novembro de 2009
Inconsequência - 21/11/09
Beijo político - 14/11/09
sábado, 21 de novembro de 2009
Maré - 07/11/09
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Bahia - Minas - 31/10/09
HIV - 24/10/09
sábado, 17 de outubro de 2009
Obama e os gays 17/10/09
sábado, 10 de outubro de 2009
Bronzeado - 10/10/09
sábado, 3 de outubro de 2009
Dinheiro - 03/10/09
sábado, 26 de setembro de 2009
O Prêmio - 26/09/09
A concessão de prêmios sempre foi uma interessante estratégia de marketing e promoção de causas, ideias e produtos. Empresas de relações públicas, agências de propaganda, associações profissionais, e, principalmente, organizações sociais, utilizam-se da estratégia para homenagear alguém, reconhecer e descobrir valores.
sábado, 19 de setembro de 2009
Calor humano - 19/09/09
O rádio nos informa a surpreendente e encantadora notícia de que o prêmio Swisseletric Research Award 2009, um dos mais importantes prêmios de incentivo à pesquisa de novas formas de energia, foi entregue a Wulf Glatz, um cientista de 35 anos da Escola Politécnica Federal de Zurique, que criou um pequeno transformador capaz de aproveitar o calor corporal como energia. Tal transformador vai possibilitar, por exemplo, que a bateria de um celular possa ser carregada com o calor produzido pelo corpo humano. E mais um dos nossos românticos conceitos se rende aos avanços da ciência.
domingo, 13 de setembro de 2009
Tampa da panela - 12/09/09
É curioso observar a expressão de espanto das pessoas quando contamos que estamos vivendo há tanto tempo juntos. Ainda permanece no entendimento coletivo a ideia de que somos superficiais, efêmeros, promíscuos e desprovidos da capacidade de amar e nos casarmos.
sábado, 5 de setembro de 2009
Camisinha, ainda! - 05/09/09
sábado, 29 de agosto de 2009
Laranjas - 29/08/09
sábado, 22 de agosto de 2009
Tristes armários - 22/08/09
O que não se vê é o tanto que o armário cega e reduz nossos horizontes. Não existe aquele que consiga ser feliz sem se conhecer e assumir seus mais íntimos desejos. Ninguém consegue enganar a si mesmo, tampouco aos que o rodeiam. Muitos de nós ainda vivem escondidos, mentindo, negando suas fantasias e acreditando que o pouco que conquistaram se perderá caso sua homossexualidade venha a ser revelada. Não conseguem separar o sucesso profissional, as relações sociais, da intimidade de seu comportamento afetivo sexual.
Não percebem que o que coloca em risco sua realização é exatamente a vida dupla, escondida, secreta. A revelação súbita de uma homossexualidade negada e oculta respinga em conceitos que necessariamente estão ligados à realização do cidadão, como a sinceridade e a honestidade. O gay que se nega publicamente, mente o tempo todo, e as chances de sucesso de um mentiroso realmente são bastante reduzidas.
Alguns conseguem alívio numa graduação de suas próprias inverdades. Consolam-se com ilusórias compensações, como a estratificação de seu mundo entre os que sabem e os que não. Uns escondem da família, mas se revelam aos amigos; outros se disfarçam no trabalho, mas se assumem fora dele; enfim, equilibram-se numa frágil corda bamba que se rompe às primeiras indiscrições e derruba qualquer possibilidade de construção de uma relação de confiança.
A homofobia, cujas bases ainda compõem o lado triste de nossa formação, faz parte do disfarce e colabora na construção de um personagem fictício crível. E o bicho-papão que nos ameaçava nas noites escuras de criança, continua causando horror aos adultos que temem ser reconhecidos como gays.
sábado, 15 de agosto de 2009
União Estável - 15/08/09
Se pensarmos bem, está ficando cada dia mais incoerente a situação do Brasil frente à união entre pessoas do mesmo sexo.
O INSS já reconhece as uniões homoafetivas desde 2003, quando o Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul provocou a portaria que garante aos casais estáveis homossexuais os mesmos direitos dos heterossexuais. Seguindo o exemplo, algumas administrações estaduais e municipais incluíram seus funcionários públicos gays e lésbicas nos seus planos de assistência médica.
Posteriormente, foram os planos de saúde privados que passaram a estender seus serviços aos companheiros de seus clientes homossexuais, mediante a apresentação de uma certidão de união estável facilmente obtida em qualquer cartório de registro civil. Em todo o país.
Enquanto isso, grandes empresas estatais e privadas já garantem todos os benefícios aos companheiros de seus funcionários gays e lésbicas: Eletrobrás, Radiobrás, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Petrobrás, Vale do Rio Doce, IBM, HSBC, Real/ABN Amro e muitas outras. Noutro flanco, alguns sindicatos têm incluído em seus acordos coletivos cláusulas que reforçam a garantia dos direitos dos casais do mesmo sexo.
Não são poucos os casais gays que freqüentam gabinetes e recepções governamentais sem esconder sua orientação sexual, inclusive nos altos escalões de estados e municípios, e que já se beneficiam dessa garantia de direitos.
Recentemente, duas novidades realimentam nossas esperanças: o parecer favorável da Advocacia Geral da União pelo reconhecimento das uniões homoafetivas, a partir de provocação feita pela Procuradoria Geral da República e que chegará logo, logo ao Supremo Tribunal Federal, onde se espera o apoio de seus ministros, notadamente daqueles que já se manifestaram abertos à nossas reivindicações, como a Ministra Ellen Gracie.
A outra, a portaria do governo federal, expedida pela Secretaria de Recursos Humanos, onde reconhece a união homoafetiva para fins de assistência à saúde suplementar do servidor civil da administração federal.
Diante de tantos ganhos, não se entende o porquê da relutância do Legislativo em reconhecer as famílias formadas por pessoas do mesmo sexo e finalmente acabar com essa infindável espera, desde o polêmico e combatido projeto da Deputada Marta Suplicy em 1995.
Camisinha sempre!
sábado, 8 de agosto de 2009
Pioneiros - 08/08/09
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Rainbow Fest - 01/08/09
sábado, 25 de julho de 2009
Carao na rua - 18/07/09
Amanhã é dia de Parada Gay em Belo Horizonte. Que delícia!
Primeiro, porque é um dia em que revemos amigos queridos, muitos deles distantes há anos, separados pela própria vida que nos leva a tomar caminhos distintos e que faz com que não nos encontremos com frequência. Mas ali, na Parada, estamos todos e todas juntos de novo.
Depois, em bom "homoguês", porque é o dia de botarmos nosso carão gay na rua, sem máscaras, sem sombras. Um carão identitário, imbuído de um orgulho que é mais político que vaidoso, na medida em que expõe nossas necessidades como um grupo significante de mineiros discriminados que convivem e contribuem para o progresso de nossas cidades, como qualquer cidadão, mas que não têm todos os seus direitos reconhecidos.
Além disso, a Parada é um momento único de integração da comunidade gay de Belo Horizonte com a tradicional família mineira, durante anos e anos algoz íntima dos homossexuais, responsável por tantos armários fechados ou quartinhos dos fundos, onde muitos de nós acabamos nossos dias e nos submetemos a um destino de reclusão. No dia da Parada, convidamos esses que tanto já se envergonharam de nós a compartilhar do orgulho que sentimos do nosso amor, nossos desejos e sonhos de construção de uma vida em comum com a pessoa que amamos - algo tão natural para os heterossexuais que sequer se dão conta das terríveis consequências de não se poder viver abertamente uma relação afetiva.
Ritualmente, para os que visitam Belo Horizonte nesse final de semana, é dia de acordar cedo no domingo e dar uma pinta na feira da Afonso Pena, tomar uma cerveja na barraca da Magda antes de descer para a praça da Estação, onde o grupo Cellos lidera a festa da concentração da Parada e onde começamos efetivamente nossa maratona. Ali, vamos reencontrar, de dia, os personagens da noite gay da cidade, queridas e populares drag queens, porta-vozes de nossas bandeiras e mensagens de prevenção. Ouviremos as falas políticas, que dão o tom da marcha e esclarecem o motivo de estarmos ali, cercados de alegria, amigos e reivindicações, e lembraremos o quanto ainda é difícil crescer como gay em nossa capital.
Amanhã, acima de tudo, é dia de subir a rua da Bahia com as cores do arco-íris e, com certeza, vamos nos lembrar com saudades dos pioneiros ativistas da cidade que se expuseram temerosos sob pesadas fantasias de personagens de quadrinhos na primeira Parada Gay de Belo Horizonte, puxada pelas Lésbicas de Minas, 11 anos atrás.
Então, dispa-se de todos os seus preconceitos e venha para o centro da cidade ajudar a evitar que outros cidadãos LGBTs de Belo Horizonte sejam obrigados a se esconder sob o manto da hipocrisia e da dissimulação.
Boa Parada e... camisinha sempre!
Bárbara – 25/07/09
Mais um dia infernal na vida de Bárbara. Infernal como todo dia: o despertar incômodo do relógio, a produção básica e ligeira: um brilho barato nos lábios, um passador no cabelo e o maldito uniforme de calça azul marinho e camisa branca. Claro que uma boa máquina de costura e a cumplicidade da mãe fizeram com que a calça ganhasse um cós saint-tropez e a camisa branca, costuras cintadas. Fashion! Ela é uma moça, se sente mulher, seduz, se veste e se porta como uma.
As pedras são velhas conhecidas. A cabeça baixa - uma tentativa de se evitar olhares e risinhos - forçou a intimidade com calçadas, meios-fios e buracos que desfilam em seu caminho cotidiano até a escola, onde, de novo, a turma de rapazes se exibe e faz graça quando ela passa: "Olha a Bárbara-trava! Vira homem, Zé Roberto!". Ferida que se assopra com um olhar superior e uma jogada de cabelo.
A sala de aula não conforta. Sua carteira fica estrategicamente junto à parede que protege um de seus flancos e permite que sua atenção se concentre nos outros: uma menina como ela tem sempre que estar atenta aos sussurros pelas costas e aprende desde cedo a sentir o preconceito no ar, como um radar.
E como hoje é mais um dia infernal em sua vida, a primeira aula é justamente com o professor incompreensível que se recusa a trocar, na lista de chamada, seu nome de registro para o que ela mesma se deu e que se encaixa com o gênero que escolheu: Bárbara.
- José Roberto Antunes.
Um silêncio demorado. Já não era a primeira vez que ela pedia que corrigisse o seu nome.
- Bárbara Antunes! Presente!
Risos. Piadas. Desrespeito. Aquela menina de cabelos longos e calça justa não quer ser tratada pelo nome de menino. Bárbara está prestes a desistir da escola, onde não consegue se sentir acolhida.
A situação da lista de chamada é somente um dos constrangimentos que se repetem em todas as relações estabelecidas entre os serviços públicos e essas cidadãs. Algumas iniciativas governamentais bem próximas, entretanto, merecem ser comemoradas. Graças às tentativas recentes de organização política e o surgimento de novas lideranças trans em Belo Horizonte, nossa capital se tornou, no dia 23 de julho, a primeira a respeitar oficialmente a identidade de gênero de travestis e transexuais, através da Resolução n° 002/2008 do Conselho Municipal de Educação de Belo Horizonte: a partir de agora, todas as escolas municipais estão obrigadas a tratá-las pelo nome social.
Boas novas para as Bárbaras e todos que acreditam que nossa capital se torna melhor quando respeita a diversidade.
Camisinha sempre!