sábado, 30 de junho de 2007

Geração pós Cazuza – 30/06/2007

O Ministério da Saúde, através do Programa Nacional DST-AIDS marcou o dia 28 de junho, Dia Internacional do Orgulho Gay, colocando em consulta nacional o "Plano Nacional de Enfrentamento da Epidemia de AIDS e outras DST entre Gays, HSH e Travestis". O documento define objetivos e metas para a redução da vulnerabilidade à AIDS desses segmentos, que pode chegar a 18 vezes mais que entre os homens heterossexuais, se considerarmos as estatísticas. Até 2011, caberá ao poder público, em conjunto com a sociedade civil, garantir o direito dos gays à universalidade dos serviços de saúde e reduzir a homofobia que, associados, aumentam ainda mais essa vulnerabilidade.
O Plano, que começou a ser construído em conjunto com os travestis e transexuais, acabou por se separar em dois conjuntos de ações diferentes, em respeito às características específicas de cada um. Ficou claro que os transexuais deveriam integrar na verdade o plano de enfrentamento da AIDS entre as mulheres e com isso ele apresenta ações específicas para os travestis e outras para os gays e homens que fazem sexo com homens.
Entre outros dados, o plano revela o quanto as ações de combate à AIDS entre gays continuam imprescindíveis. A taxa de incidência (número de indivíduos infectados em cada 100 mil habitantes) entre os gays é 11 vezes maior que da população em geral. Apesar de manter-se estável nos últimos 15 anos, o percentual de gays e bissexuais masculinos estabilizou-se em níveis bastante elevados, exigindo prioridades nas ações voltadas para a nossa população.
São quase 30 anos de epidemia e nesse período muita coisa mudou. Testes e medicamentos têm garantido uma vida com qualidade para os gays vivendo com o HIV, enquanto o preconceito e a desinformação sobre a doença têm colocado o cidadão portador do vírus como vítima de todo tipo de segregação, inclusive entre nós, muitas vezes condenando-os à morte em vida: a morte afetiva, sexual, profissional etc.
Assusta-nos, entretanto, os índices de crescimento da epidemia entre os jovens gays. Para se ter uma idéia, em 1990, 18% dos gays infectados estavam na faixa dos 13 aos 19 anos. Esse número cresce para 40% em 2005! Estamos assistindo a banalização da epidemia da AIDS entre os gays, muito em conseqüência desses avanços da medicina que garante qualidade de vida aos portadores do vírus.
A turma de 13 a 19 anos nem havia nascido quando assistíamos nossos ídolos e amigos se definhando numa cama, isolados, vítimas do preconceito e da ignorância da sociedade, morrendo de dor. Não existia o coquetel de antiretrovirais que hoje mantém equilibradas as defesas do organismo de tantos companheiros, e que acaba causando a falsa impressão de que a epidemia está sob controle.
Pais e educadores precisam nos ajudar a abrir essa caixa-preta e introduzir o uso da camisinha na educação sexual de seus filhos. Educação sexual que precisa aceitar a sexualidade de seu filho do jeito que ela é, seja hetero ou homossexual, estabelecer limites e fornecer orientações sobre cuidados que você tem que ter na sua vida sexual. E, acima de tudo, que sejam dadas orientações sobre sexo seguro e incentivado o uso da camisinha. O controle da epidemia entre nós é o uso do preservativo.
As ONGs, os postos de saúde, todos eles dispõem de camisinhas que são distribuídas gratuitamente, garantindo inclusive o sigilo nessa entrega. Aos que não conheceram Cazuza, Sandra Bréa, Renato Russo e tantos outros que se foram, digo que não precisamos assistir a morte de nossos amigos para entender que o HIV está entre nós.
Camisinha sempre!

sábado, 23 de junho de 2007

Onde estão nossos heróis? – 23/06/2007


Há pouco tempo, o veterano militante GLBT de Minas Edson Nunes que, antes mesmo de nos entendermos como um movimento organizado, levantava nossas bandeiras e mostrava sua garra na mídia, nos partidos políticos, associações filosóficas etc. nos surpreendeu com um relato de sua história de vida e defesa pública dos direitos dos homossexuais. Que susto! Quase ninguém se lembrava do Edson. Poucos sabiam de seu legado, sua existência, resistência e persistência.
As lésbicas também sempre desempenharam com maestria o importante papel de comandar as ações do movimento em nosso Estado. Foram elas, por exemplo, as primeiras a empunharem as bandeiras do arco-íris na avenida Afonso Pena e comandarem a primeira marcha pelos direitos dos homossexuais em Belo Horizonte. À frente, uma das mais combativas ativistas do movimento GLBT brasileiro, Soraya Menezes, fundadora da ALEM – Associação das Lésbicas de Minas e referência histórica para qualquer um que queira contar a trajetória da luta dos homossexuais em Minas Gerais. São poucos os jovens que conhecem a história da Soraya e sua companheira. Raros os que identificam a sua marca na conquista dos direitos que hoje usufruem naturalmente, sem pensar como essa conquista se deu.
Outro que se colocou de corpo e alma na frente de batalha pelos direitos GLBT e sofreu as agruras do pioneirismo é Danilo Oliveira, fundador do Clube Rainbow de Serviços, organização que surgiu como um relâmpago e deu profissionalismo ao terceiro setor GLBT em Belo Horizonte. Depois de dedicar tantos anos à nossa luta e passar pelo mesmo largo período de recolhimento que tem caracterizado a história de nossas lideranças, Danilo ressurge compartilhando conosco sua história de vida e lançando sua autobiografia "Éramos Dois". Quem sabe assim consiga o reconhecimento definitivo da nossa comunidade.
Agora, perdemos um dos personagens históricos do nosso movimento: o ativista Itamar Santos, fundador do Grupo Guri – posteriormente Associação Gay de Minas – e outro pioneiro destemido na luta pela cidadania homossexual de nosso Estado. Um cidadão pouco conhecido pelas novas gerações, que morreu enfrentando sérias dificuldades, apesar de ter dedicado grande parte da sua vida a defender e promover a inclusão e o respeito aos homossexuais. Itamar chegou ao final de sua vida sem recursos sequer para garantir um tratamento de saúde digno que lhe desse conforto nos seus últimos dias.
Quando vamos começar a reconhecer os nossos heróis? Quando vamos começar a admirá-los e tê-los como exemplo de vida a ser seguido? Ou será que a homossexualidade ofusca tanto assim suas virtudes? Será que nós mesmos não estamos nos condenando por sermos homossexuais e deixando que isso apague os méritos daqueles que se colocam à frente das nossas lutas?
O final de vida solitário de Itamar Santos me leva a questionar nossa própria deficiência no entendimento do que vem a ser homossexualidade, como nos entendemos como gays e que tipo de relações podemos estabelecer com os nossos iguais. Precisamos nos admirar mais e desconstruir o senso comum de que a homossexualidade nos destitui de qualidades que sirvam de modelo para nossos jovens.
Precisamos trabalhar na construção de uma identidade coletiva, com valores e referenciais que façam com que nossa orientação sexual seja um fator de união e admiração mútua. Só assim conseguiremos construir uma trajetória de avanço na representação política dos homossexuais mineiros.
Camisinha sempre!

sábado, 16 de junho de 2007

Bandeiras perdidas – 16/06/2007


Começaram as Paradas. Como todos viram, São Paulo bateu todos os recordes e reuniu 3,5 milhões de pessoas em torno de 22 trios elétricos que tomaram a Av. Paulista e a Consolação, no centro da cidade, com o ritmo contagiante dos DJs da cena gay de todo o Brasil. Dentre eles, o trio “Gays de Minas” ocupando a 13ª posição, marcando com orgulho a presença dos homossexuais mineiros na maior parada do mundo.
No comando, a equipe do MGM – Movimento Gay de Minas, de Juiz de Fora, recebendo convidados e personalidades e divulgando o 10° Rainbow Fest, evento anual que acontece em agosto e que atrai as atenções para aquela cidade do nosso interior.
Diferentemente do que vimos em São Paulo, as dezoito paradas de Minas têm conseguido manter o caráter cívico-político que dão sentido à marcha. O motivo de estarmos ali nas ruas, cantando, dançando, fantasiados que seja, é darmos visibilidade à nossa causa. É nos mostrarmos sem vergonha, à luz do dia e lembrarmos quantos somos e, não menos importante, quem somos. É divulgarmos nossas lutas e desfraldarmos as bandeiras que, apesar de tão íntimas do movimento, são desconhecidas de muitos heterossexuais, mesmo simpatizantes, e até dos próprios homossexuais.
Talvez por seus portes menos gigantescos, as paradas de Minas exibem com clareza esse lado político-militante que é sua essência histórica. E é importante que não deixemos o evento e sua grandiosidade ofuscarem nossas bandeiras, como pudemos perceber em São Paulo, onde os grandes debates em torno da homossexualidade tornaram-se menos importantes que toda aquela mega-estrutura em que se transformou a Parada em si.
Por mais que tenham sido lembrados nos discursos de abertura ou nas notas divulgadas pela organização à imprensa, temas que hoje são fundamentais para o movimento GLBT não ficaram claros para a multidão, a mídia e todos que se envolveram de alguma forma com a Parada de SP. As coberturas desastrosas da mídia, notadamente as deploráveis matérias da Folha de São Paulo, confirmam isso. A amplitude do tema escolhido – “Por um mundo sem racismo, machismo e homofobia!” – deixou pouca margem para as urgências específicas do movimento.
Pouco se viu sobre o PLC 122/06, projeto de lei que criminaliza a homofobia que se encontra em trâmite no Senado e que vem sendo vigorosamente combatido pelos grupos conservadores. É fundamental conquistar o amplo apoio da opinião pública para que seja aprovado. Desperdiçamos uma oportunidade de ouro de dar mais destaque ao assunto.
Perdida também ficou a união civil. Tramitando há mais de onze anos no Congresso Nacional, o projeto da ex-deputada Marta Suplicy carece de uma nova e ampla discussão. Até hoje existem pessoas acreditando que a união civil afronta a família e que, se aprovada, os gays estarão sendo conduzidos ao altar por seus companheiros nos templos religiosos, idéia essa difundida por aqueles que insistem em negar nosso direito a uma família, um lar e uma felicidade conjugal. Aliás, conservadores fundamentalistas são experts em misturar estado e religião, usando um e outro ao seu bel prazer, confundindo a opinião pública e obstruindo o avanço da garantia dos direitos aos cidadãos homossexuais.
Mesmo os um milhão de preservativos distribuídos durante a Parada de SP se dissolveram naquela multidão. Não foram suficientes para descortinar o elevadíssimo grau de vulnerabilidade dos homens que fazem sexo com homens à AIDS: gays brasileiros possuem dezoito vezes mais chances de contrair AIDS que os homens heterossexuais. A proporção de homossexuais infectados não diminui dos 25% e os recursos investidos em ações de prevenção com essa população não chegam a 2% de toda a verba destinada ao combate à AIDS no Brasil. É preciso que todos saibam disso e exijam conosco ações de saúde pública que reduzam essa vulnerabilidade e que efetivamente faça com que a epidemia deixe de crescer tanto entre nós. E isso não esteve claro na Parada de SP.
É importante que as paradas de Minas Gerais não percam esse foco, estejam atentas ao caráter político da passeata e que se preocupem em encontrar o equilíbrio entre a alegria que nos é própria e a luta pelos direitos que é o nosso maior motivo.
Camisinha sempre!

sábado, 9 de junho de 2007

São Paulo cheia de orgulho – 09/06/2007




É sempre um prazer estar em São Paulo. Particularmente nesses quatro dias, quando a cidade respira orgulho por todos os lados. O orgulho de ser a maior cidade do Brasil. Uau! Como São Paulo é grande! Tudo aqui é grande. Os prédios gigantescos " estão construindo um residencial com mais de 40 andares!
Carros e mais carros e mais carros: com certeza os maiores engarrafamentos do Brasil, nem tanto motivo assim para se orgulhar. E gente: milhões de anônimos que se cruzam e se desconhecem, como uma fila de formigas, umas indo, outras vindo, tocando-se ligeiro com o olhar que não vê.
O orgulho de estar recebendo cerca de 100 mil turistas GLBT para a maior Parada do mundo, que acontece no domingo. Sob o lema "Por um Mundo sem Racismo, Machismo e Homofobia", que está sendo adotado pela maioria das paradas gays do Brasil, 3 milhões de gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais, pansexuais, metrossexuais e até heterossexuais se deslocarão, entre palavras de ordem, sorrisos, músicas e irreverência, da Paulista à Consolação, celebrando a diversidade e mostrando-se contra os preconceitos.
São 25 trios elétricos, entre eles o trio "Gays de Minas", puxado pelo MGM, que marca a presença do movimento GLBT de Minas Gerais no evento. Orgulho também de sua beleza.
Como está bonita a cidade! Adornado pelo Viaduto do Chá, o Teatro Municipal, fontes e jardins restaurados e iluminados, o Vale do Anhangabaú recebeu a Feira Cultural GLBT 2007, evento que integra a programação da Parada e que seguramente reuniu mais de 150 mil pessoas em torno de barracas institucionais de produtos voltados para o segmento GLS, alimentos e bebidas. Tudo isso embalado pelos shows das tão queridas drag queens, que constroem sua fama e popularidade nos palcos da vida noturna GLS. Dezenas delas, lindas e talentosíssimas em seus figurinos, dublagens e performances.
Orgulho de estar abrindo o caminho para as outras mais de cem paradas que acontecerão em todo o Brasil durante o ano de 2007. O governo brasileiro entendeu que essa manifestação massiva ajuda a combater os preconceitos. Entendeu que as paradas não são somente momentos de alegria, mas manifestações da cultura de uma comunidade que faz parte do nosso país. E que precisa de ações afirmativas para ser incluída e resgatada da marginalidade negativa. Assim, importantes órgãos governamentais estão envolvidos no apoio à Parada de SP, entre eles os Ministérios do Turismo e Esporte, a Prefeitura de SP e grandes patrocinadores, como a Caixa Econômica Federal e a Petrobras.
Encontramos também uma cidade orgulhosa de seus homossexuais. Estamos sendo recebidos de braços abertos pelos paulistanos, como gays e lésbicas, com carinho e consideração. Seja pelos R$ 200 milhões que estarão sendo injetados na economia local pelos turistas GLS que desembarcam em Sampa, seja pela alegria que invade a cidade com a presença dos gays em todos os cantos, seja pelo reconhecimento de que a Parada se incorporou definitivamente ao calendário oficial da cidade, estamos sendo muito bem recebidos e tratados como verdadeiros cidadãos. E essa sensação é muito gostosa.
Orgulhosos também estão os organizadores da Parada. Somente na entrevista coletiva de lançamento do evento, 80 órgãos de imprensa, nacionais e internacionais, compareceram para conhecer os detalhes. Todas as atenções da mídia estão voltadas para cá. É o momento certo para quebrarmos estigmas, destruirmos estereótipos e derrubarmos preconceitos. É o momento certo para reconstruirmos uma imagem positiva dos homossexuais e desconstruirmos essa avalanche de conceitos errados que tanto nos condenam.
É uma oportunidade ímpar de fazermos chegar mensagens positivas aos homossexuais: de conscientização de direitos, de promoção da saúde, de prevenção às DST e Aids, mas também de abrir portas para o comércio e a indústria oferecerem seus produtos ao segmento GLBT, construir relações, conquistar simpatia. Os homossexuais representam um mercado que não pode ser desprezado e que tem encantado fabricantes dos mais diversos produtos, que vão do carro de luxo a refrigerantes, passando por telefones celulares, moda, bebidas e cigarros.
Finalmente, estamos celebrando aqui o orgulho de sermos gays, motivo maior das paradas e que representa tanto para nós. Orgulho entendido como o contrário de vergonha, esse sentimento que sempre esteve ligado à nossa sexualidade desviante e que aos poucos vem sendo substituído.
Orgulho entendido como essa sensação deliciosa de se sentir bem tratado, bem recebido e bem-vindo. Sem fingir, sem disfarçar. Assim, do jeito que a gente é.
Camisinha sempre!

sábado, 2 de junho de 2007

Casais Gays – 02/06/2007


Existe uma entidade que começa a se fazer cada vez mais presente e visível em nossa sociedade: os casais gays. Pessoas que derrubam definitivamente o estereótipo de que homossexuais são incapazes de estabelecer uma relação estável duradoura.
Por vezes me percebo refém da própria palavra homossexual, que reduz as relações entre nós a uma simples questão de sexo, deixando de lado todo um conjunto de sentimentos que compõe o emocional de uma pessoa, principalmente o amor. Homossexuais não pensam ou fazem sexo o tempo todo e somos capazes de dedicar parte do nosso tempo a estabelecer relações afetivas com outros, sejam elas de amizade, de amor, de desejo ou de construção de uma família.
Assim, não é raro encontrar casais de gays ou lésbicas vivendo juntos há anos, construindo uma vida a dois, enfrentando todos os problemas e desfrutando todas as delícias que fazem a vida de um lar. Um lar tão igual e tão diferente, o que dá o tom da diversidade e nos faz lembrar o quão interessante pode ser o mundo.
A invisibilidade dessas famílias, o seu não reconhecimento legal, tem lhes causado os mais diversos problemas. Tanto no convívio com uma sociedade que desconsidera a existência desse tipo de relação e estabelece normas exclusivamente baseadas em casais heterossexuais; quanto na falta de um dos pares, quando se envolve questões de herança e partilha, muitas vezes com finais trágicos e disputas judiciais infindáveis.
No dia a dia, casais homossexuais enfrentam obstáculos que aos olhos dos casais convencionais parecem banais, como freqüentar um clube de lazer, por exemplo: para um casal gay não existe a possibilidade de colocar o parceiro como seu dependente o que os obriga a adquirirem duas cotas. Ou a dificuldade de se colocar o companheiro como dependente no plano de saúde do outro. Ou contratar um quarto com cama de casal num hotel. Ou acompanhar seu companheiro num caso de internação hospitalar ou autorizar procedimentos cirúrgicos que envolvam risco, situação tão freqüente entre nós.
Casais homossexuais não podem adotar filhos, apesar de tantas crianças precisando de uma família. Somente nos Estados Unidos, existem entre 1 e 9 milhões de crianças sendo criadas por casais em que pelo menos um deles é homossexual. Estudos da Academia Americana de Pediatria indicam que crianças criadas numa família homossexual possuem maior capacidade de adaptar-se ao novo, maior flexibilidade, criatividade. A ausência de um elemento do outro sexo em casa não difere da situação vivida por pais viúvos ou separados: crianças não se tornarão adultos piores por serem criadas por dois homens ou duas mulheres. Da mesma forma, não existe uma relação entre a orientação sexual dos pais e a dos filhos. Filhos de pais heterossexuais podem ser homossexuais ou vice-versa.
Além disso, estes estudos mostram que crianças educadas por casais do mesmo sexo não correm risco de se tornarem confusas sobre sua sexualidade; pais homossexuais tendem a ser mais exigentes que pais heterossexuais, no que tange a disciplina e estão mais ativamente envolvidos com a vida de seus filhos. Este mesmo estudo revela que, entre 300 crianças criadas por mães lésbicas, nenhuma mostrou qualquer sinal de confusão sobre sua identidade de gênero e indica ainda que quanto mais cedo a criança souber da homossexualidade de seus pais ou mães, mais fácil será se ajustar à convivência com essa diferença.
Casais homossexuais precisam ser reconhecidos também no sistema de saúde. Suas práticas sexuais são desconsideradas nos ginecologistas ou urologistas e o despreparo para o nosso atendimento tem criado situações constrangedoras nas unidades de saúde.
Finalmente, assim como entre os casais heterossexuais, o que se passa entre quatro paredes não diz respeito a ninguém. Entender isso é condição para que as relações estabelecidas com estes casais sejam fundadas no respeito mútuo, com limites claros entre o que é público e o que é privado.
Camisinha sempre!