Quem conhece a história do Movimento Gay de Minas, reconhece
facilmente seu pioneirismo em várias frentes de luta do movimento LGBT. A
começar pela "Lei Rosa", aquela que pune estabelecimentos que
discriminam por orientação sexual, cujo texto, proposto pelo MGM, pela primeira
vez trata do direito dos casais gays manifestarem afeto em público, o que
repercutiu no mundo inteiro e serviu de base para outros municípios e Estados
brasileiros.
A ONG foi pioneira também nas capacitações de professores para
lidarem melhor com a homossexualidade nas escolas, o que seguramente contribuiu
para que a rede municipal de ensino de Juiz de Fora se tornasse menos preconceituosa.
O MGM foi pioneiro na criação de um Centro de Convivência como
estratégia de emancipação do cidadão gay. Através da educação entre pares, a
comunidade LGBT de Juiz de Fora encontrou na sede da organização um ambiente
acolhedor, onde é possível a troca de experiências e a construção de uma
identidade sadia. É responsável pelo primeiro Ponto de Cultura LGBT do Brasil,
destacando-se na formação de jovens drag queens, atores, bailarinos e
produtores. E no turismo, onde as pesquisas do MGM são referências para
profissionais e estudantes de todo o Brasil.
Tanta vanguarda tem causado
também dores de cabeça ao MGM. Ele protagonizou o primeiro embate frontal entre
o movimento gay e os vereadores evangélicos que se opunham à inclusão de seus
eventos no calendário turístico oficial do município. A cidade ainda não os
reconhece oficialmente, apesar de se beneficiar das vantagens econômicas que
eles proporcionam já há 12 anos.
E a cada ano, o MGM enfrenta novos impedimentos: foi a partir de
solicitações da ONG que se proibiu a afixação de faixas de sinalização
temporária nas vias públicas de Juiz de Fora. O primeiro evento proibido no
Parque Halfeld foi a festa de encerramento do Rainbow Fest, sob a alegação de
se tratar de um patrimônio histórico da cidade. Outros eventos, entretanto,
nunca saíram dali.
Agora, mais uma vez o MGM sai na frente: a Parada Gay de Juiz de
Fora é a primeira do mundo a ser cancelada em função da gripe suína. Enquanto
estádios de futebol, templos evangélicos, igrejas católicas, casas de shows,
boates e praias permanecem lotados sem que a gripe seja motivo para qualquer
modificação na sua rotina, os eventos LGBT de Juiz de Fora entram para a
história como os primeiros a serem proibidos em função da gripe. Mais uma
vitória daqueles que se opõem à ocupação do espaço urbano pelos que defendem a
diversidade e que não se cansam de procurar motivos para nos atrapalhar.
Camisinha sempre!
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