Excelente e oportuna a iniciativa da Conlutas. Precisamos continuar a insistir que a inserção do recorte da orientação sexual esteja presente em todas as frentes de luta, assim como os outros recortes se inserem no movimento GLBT.
Plenárias como essa da Conlutas, convocada pela sociedade civil, onde nossos aliados defenderão estratégias dentro da Coordenação Nacional de Lutas que promovam a emancipação do cidadão GLBT; onde todos discutirão em equilíbrio de forças, sem imposição de qualquer poder extra-propostas que oriente a discussão e se limite a legitimar o que quer que seja.
Isso me faz lembrar uns emails que às vezes salpicam em nossas listas, sobre o EBGLT – essa sim, há 12 anos instância máxima do movimento GLBT, uma vez que naquele terreno somos nós que definimos nossas estratégias de lutas. Nossa história passa pelos EBGLT.
Pois bem, o XIII EBGLT deveria ter acontecido em 2007 e para isso foram disponibilizados inclusive recursos públicos. O encontro não aconteceu e com certeza teve motivos para isso.
No finalzinho do ano, o movimento GLBT abandona a construção do EBGLT e se volta todo para as Conferências, numa guerra louca contra as instâncias locais e, principalmente, contra o relógio. Muito por causa disso, as conferências vão saindo aos borbotões, sem divulgação, sem visibilidade, sem prestígio, cheias de incertezas, amadorismos tanto de nós, participantes, quanto da própria organização. Aqueles que têm um pouco mais de experiência em participar de conferências estão nadando de braçadas e conduzindo para o lado que os interessa. E, indiscutivelmente, o governo é quem tem mais experiência. E, mesmo tendo realizado e participado de dezenas de conferências, ainda enfrenta atropelos.
E o EBGLT não aconteceu no ano passado, e nem no começo desse ano e fala-se em realizá-lo agora, na última semana de maio, dias antes da Conferência Nacional, numa tentativa de se construir uma arena de entendimentos e acordos no MHB que assegure a produção de documentos (planos, projetos, compromissos, etc.) na Conferência Nacional.
Não dá tempo. Qualquer tentativa nesse sentido fará com que o EBGLT se torne desimportante até para o movimento GLBT. Corremos o risco de elevar a conhecida guerra de vaidades a tal monta que chegaremos à Conferência Nacional ainda mais desfacelados. Algumas conferências regionais e estaduais têm revelado isso e se tornado palcos de renovação de rivalidades e provocado mais desgaste no já tão desgastado movimento GLBT.
Diante disso, dessa impossibilidade a meu ver imprudente de se fazer um EBGLT digno, organizado, bem divulgado, prestigiado, consistente em propostas e não em fofocas; diante disso, precisamos inverter o nosso ponto de vista e pensar um EBGLT posterior, onde façamos uma avaliação de toda a mandala federativa que é a rede de conferências convocadas pelos governos.
Junto com essa provocação à discussão, proponho uma "Moção de Aplausos" à iniciativa da CONLUTAS!
Arrasaram!
1ª Planária Nacional GLBT da Conlutas
20 de abril de 2008
Clube Tietê - São Paulo/SP
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