Pois é nesse aconchego que sou provocado a comentar a situação do núcleo familiar homoafetivo, principalmente no encerrar do ano de 2011, quando finalmente o debate chegou ao cerne da questão e as relações homossexuais foram reconhecidas como base de núcleos familiares.
Durante 2011 o debate sobre nossas famílias diferentes esteve presente também no Congresso Nacional, onde senadores, deputados e convidados evangélicos se dedicaram a contorcer raciocínios e fabricar lógicas absurdas, como o fim das famílias ou da civilização humana, caso as uniões entre pessoas do mesmo sexo sejam reconhecidas. Como se todo ser humano fosse adotar as relações homossexuais como prática prioritária. O míope cidadão heterossexual pastoreado sequer considera a possibilidade de permanecer em sua própria heterossexualidade!
Na vida real, no raciocínio lógico, sem sofismas ou apelações, as famílias homoafetivas existem e são reconhecidas. Casais de gays e lésbicas se incorporam às comemorações natalinas como parte integrante e amada de grandes e tradicionais famílias, repleta de velhos, adultos, jovens e crianças, homens e mulheres que aprenderam a incorporar seus entes homossexuais como parte inevitável e fundamental para a alegria de ser família.
Em 2011, foi preciso que o movimento gay se indignasse, quando um partido político religioso foi à TV ratificar sua ideologia e contrapô-la aos novos desenhos familiares com que convivemos hoje em dia, entre eles os arranjos homossexuais. Pastores violadores dos direitos humanos chegaram a veicular outdoors onde expunham suas limitações conceituais e reafirmavam seu ódio aos que não se encaixavam no padrão papai-mamãe-filhinhos.
Nesse fim de ano, minha grande família não deixou de abrir os braços para nós. No momento em que completamos 20 anos juntos, eu e Marquinho recebemos o reconhecimento, o respeito e o carinho que aprendemos a retribuir e honrar.
Camisinha sempre!
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