sábado, 17 de dezembro de 2011

2ª Conferência - 17/12/2011



Desde quinta-feira, cerca de 800 cidadãos e cidadãs lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais encontram-se em Brasília para a 2ª Conferência Nacional de Políticas Públicas e Cidadania LGBT. Um evento ímpar, que só acontece no Brasil e que é construído em conjunto entre governo e sociedade civil.

O objetivo é colocar frente a frente gestores públicos e o controle social, para juntos avaliarem a realização das ações acordadas na última conferência e definir as que serão prioritariamente executadas até a próxima.

Já na abertura, a sociedade civil, capitaneada pela ABGLT, marcava o tom de cobrança e insatisfação com as recentes posições anti-LGBT assumidas pelo governo, como o veto ao material de apoio às escolas para o enfrentamento da homofobia, preparado pelo MEC e obstruído pela pressão da bancada evangélica no Congresso. Imediatamente após a composição da mesa de abertura da Conferência, os ativistas se levantaram em peso com cartazes e faixas de protesto enquanto entoavam corinhos como "Ô Dilma, presta atenção, não se governa com religião", ou "A Dilma pisou na bola, homofobia continua na escola".

Sem contar os coros entusiasmados de "Lula! Lula!" em referência à presença do ex-presidente na abertura da 1ª Conferência, em 2009. Nessa, o governo federal se fez representar pelos ministros Gilberto Carvalho, da Secretaria da Presidência da República, Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos, e Luiza Bairros, da Igualdade Racial.

Além da presidenta Dilma, a senadora Marta Suplicy foi outra ausência notada na abertura do evento. A relação entre a senadora e os LGBT ficou estremecida recentemente quando o movimento se opôs às concessões incluídas no seu parecer ao PLC 122 na Comissão de Direitos Humanos do Senado. Pelo Legislativo, falou o deputado federal gay Jean Wyllys, ovacionado pelos presentes, elegante e brilhante: "O movimento é suprapartidário, está acima de governos por um interesse comum".

Os holofotes, entretanto, brilharam com mais intensidade nos representantes do Poder Judiciário, responsável pelos maiores ganhos dos homossexuais nos últimos anos. O ministro do Superior Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto, relator do parecer que levou ao reconhecimento das uniões estáveis entre pessoas do mesmo sexo, proferiu uma emocionante e poética palestra magna na 2ª Conferência, onde ressaltou a importância de se reconhecer a diversidade, as características e gostos individuais, reforçando o dever do Estado em garantir os direitos de qualquer cidadão brasileiro, independente de como realiza sua felicidade.

Camisinha sempre!

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