domingo, 9 de janeiro de 2011

Verão - 08/01/2011


Estamos de férias. Decidimos fazer uma viagem típica do verão de mineiros: alcançar o sul da Bahia e descer pelo litoral ate a Região dos Lagos, de onde rumaremos para casa. Uma viagem dividida em três partes bem distintas: a primeira em companhia da família, a segunda sozinhos pelo litoral e a terceira numa cidade grande, o Rio. Estamos na segunda parte.

Saímos em busca de lugares bonitos, pessoas e coisas interessantes, motivos para rir ou chorar de prazer e foco em nos mesmos. Para nós, os dias são infinitamente mais agradáveis que as noites e as baladas são trocadas com facilidade por uma prolongada noite de sono. Talvez por isso, essa sensação de que não existem lugares de frequência de homossexuais por onde passamos, apesar de detectarmos gays e lésbicas em todos eles, espalhados na multidão.

Por um lado, isso é bom. É como se o gueto se pulverizasse na atmosfera. Fomos bem tratados e não precisamos deixar de ser carinhosos, nem românticos e nem gays em nenhum dos lugares onde estivemos ate agora. Por outro lado, sentimos falta de ambientes GLS, com a bandeira do arco-íris na fachada, onde pudéssemos fazer amigos gays. O tempo todo convivemos com a incerteza e a dúvida se o casal ao nosso lado era formado por dois amigos hetero em busca de parceiras ou por dois homens gays em busca de amigos. Os casais gays de meia idade se escondem na discrição. Na ausência de locais GLS, passamos despercebidos e perdemos boas oportunidades de nos encontrarmos e nos reconhecermos.

Como turistas GLS fomos bem vindos, não nos sentimos sobretaxados, não fomos mal servidos onde os outros eram bem, sempre recebemos um sorriso carinhoso e o convite para que voltemos e tragamos os amigos. E, apesar de detectarmos centenas de outros gays e lésbicas, tanto como turistas quanto como empresários do trade, não encontramos empreendimentos voltados para o publico GLS.

A sazonalidade do turismo sol & mar e um empreendimento voltado para os homossexuais e simpatizantes parecem de certa forma incompatíveis. Para quem precisa faturar muito em pouco tempo, a bandeira do arco-íris pode não ajudar. Se ela abre as portas para o turista GLS, que representa uma fatia relativamente pequena do total de veranistas, ela espanta um grupo bem maior que são aqueles que temem ser confundidos com os gays, os homofóbicos ou os que preferem não se envolver com esse “tipo de gente”.


Camisinha sempre!

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