segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Avanços - 15/01/2011



O ano começou com a notícia de que os casais gays brasileiros passaram a ser incluídos nos programas de reprodução assistida e poderão utilizar as técnicas desenvolvidas pela ciência para ter filhos e ampliar suas famílias. "Não existe espaço para o preconceito e a discriminação na medicina", declara o presidente do Conselho Federal.

No mesmo dia, o pop star gay inglês Elton John e seu companheiro anunciavam, em Londres, o nascimento de seu primeiro filho, gerado a partir das técnicas de reprodução que, agora, encontram-se ao nosso alcance.

Um mês antes, no INSS, comemoramos também uma importante vitória com o reconhecimento definitivo do direito à pensão de parceiros homossexuais que vivem em união estável, em caso de morte de um deles. Isso significa que o direito que foi assegurado aos casais gays durante os últimos anos, em caráter provisório através de liminar, passa a ser definitivo, sem direito a apelações.

Nas solenidades que marcaram a posse da nova presidente do Brasil, os homossexuais se fizeram abertamente presentes, através do ativista Toni Reis, atual presidente da ABGLT, convidado ilustre nos salões palacianos. Lá fora, nossas bandeiras do arco-íris se destacavam na multidão que saudava Dilma Roussef como a nova comandante do primeiro país a realizar uma conferência nacional em que governo e sociedade civil negociaram ações de combate à homofobia e promoção da cidadania LGBT.

Poucos dias depois, o Grupo Gay da Bahia, através do trabalho árduo e sistemático de seu fundador, o antropólogo Luiz Mott, anuncia que esse mesmo Brasil bateu todos os recordes de assassinatos contra os homossexuais, desde que se iniciou essa contagem no fim do século passado, a partir de informações colhidas na imprensa. Em 2010, foram mais de 250 assassinatos por homofobia, o que significa que, a cada um dia e meio, um gay morre assassinado por ser homossexual no nosso país.

A ilusória sensação de aceitação e vitória sobre o preconceito não pode nos levar a baixar a guarda e considerar que nossa luta terminou. Milhões de gays e lésbicas brasileiros ainda escondem sua homossexualidade e são impedidos de viverem sua vida afetiva de uma forma saudável e prazerosa. Milhares de ocorrências de agressão e desrespeito ficam de fora das estatísticas do GGB, bem como outros milhares que sequer chegam a ser notificadas e se mantêm restritas ao âmbito familiar.

A esperança que esse quadro mude a partir da sensibilidade de uma presidente mulher renova nossas forças para a luta por um Brasil sem homofobia.

Camisinha sempre!


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