Segue-se falando sobre uma educação sem homofobia. Uma mudança
revolucionária nas escolas, onde as diferentes orientações sexuais sejam
respeitadas e compreendidas. Uma escola que deixe de entregar a
responsabilidade pela ausência da abordagem do tema homofobia à falta de
intimidade dos profissionais de educação com o assunto. Esses, ignorantes e
desinteressados, livram-se aliviados da "batata quente" e lavam suas
mãos diante do bulling homofóbico.
Na verdade, as escolas têm se abstido de tratar de qualquer tema que
fuja à cultura hegemônica, não só no que diz respeito à sexualidade, mas também
à inclusão de outros aspectos que compõem a nossa salada cultural. Enquanto
alguns professores preferem não reconhecer e conviver com as contradições de
seus alunos, na maioria das vezes em função de suas próprias inseguranças,
outros relutam em aceitar que determinados assuntos espinhosos sejam ignorados
e fiquem de fora dos debates escolares por uma falha na capacitação
profissional de nossos educadores.
Assim, uma escola sem homofobia não empurra o assunto para debaixo do
tapete. O aluno homossexual não quer ser tratado como um igual, na medida em
que possui características que o diferencia de seus colegas. Mas, quer que suas
especificidades façam parte do repertório de sua sala de aula; que suas dúvidas
possam ser esclarecidas num ambiente de acolhimento; e que sua inclusão na
escola signifique mais que a garantia de um nome social na lista de chamada, mas
sua emancipação como um aluno-cidadão, dotado de direitos que precisam ser
respeitados.
Ao contrário do que se pratica, as escolas, ao buscarem contemplar toda
a pluralidade, não podem se tornar um ambiente asséptico, que ignora as
diferenças e desconsidera tudo que foge ao padrão heterossexual. Ao contrário,
uma escola que emancipa busca tecer uma colcha de retalhos que contempla a
todos e traz para a sala de aula aspectos que dizem respeito às diferenças de
cada um de seus alunos.
Não se admite mais uma educação baseada em cartilhas e fórmulas
matemáticas rotulantes para classificar os alunos, como um "check
list" no qual estudantes são enquadrados, principalmente por suas
características sexuais. Aí sim, a partir dessa lógica, o preconceito determina
a forma como os homossexuais se incluem - ou se excluem - na comunidade escolar
e o quanto isso determina a garantia ou não de seus direitos.
Camisinha sempre!
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