E mais uma vez, como cidadãos gays brasileiros, participamos da
maior parada do mundo! Lá estávamos eu e Marquinho, respirando novamente o
sabor marcante da manhã de domingo em São Paulo, no dia da Parada do Orgulho
LGBT de 2010.
Primeiro, visitamos o
Camarote Solidário, iniciativa da Agência de Notícias da Aids, que arrecada
alimentos para organizações de assistência a pessoas vivendo com HIV. Depois, o
espaço montado pela CADS - Coordenadoria de Assuntos de Diversidade Sexual, da
Prefeitura de São Paulo. Ali, em plena avenida Paulista, uma bailarina saudava
os convidados com voos suaves e lentos, içada a um imenso balão de gás e
ladeada por duas drag queens com vestidos que as tornavam gigantes de mais de
cinco metros de altura. Detalhes que revelam como os órgãos de defesa e
promoção da cidadania LGBT se constituem parceiros do movimento social quando
bem intencionados e administrados com seriedade.
Em sua décima edição, a
Parada de São Paulo se tornou o segundo maior evento do Estado em arrecadação
de recursos turísticos, perdendo somente para a Fórmula-1. A Parada atrai 400
mil turistas e injeta quase R$ 200 milhões na economia. Ela provoca o
reconhecimento de que os homossexuais há muito deixaram de ser vistos como um
estorvo para as grandes cidades e consolidaram-se como parte importante na
construção do seu progresso. Seja na luta pela garantia dos direitos humanos;
ou como propulsores da evolução e modernização dos costumes; ou através da
injeção direta de dinheiro nos bolsos de todos os envolvidos com o trade
turístico paulistano. Mas, com muita harmonia, alegria e paz, os homossexuais estavam
em São Paulo para, além de gastar e se divertir, somar suas vozes ao coro dos
descontentes com a pouca garantia de nossos direitos.
A Parada é um excelente
negócio. Como a maioria dos eventos turísticos, ela quase não polui e seus
lucros já chegam distribuídos. São milhares de trabalhadores que não precisam
aguardar o giro da economia para terem acesso ao dinheiro. Ele já chega
repartido entre o táxi, o hotel, o restaurante, o vendedor ambulante, os
artistas, o comércio em geral. Todos politicamente corretos, preparados para
acolher a diversidade de seus visitantes.
No Brasil, já são mais de
200 Paradas. Cada uma com suas características e sua cor local. Todas elas com
um potencial enorme de geração de riqueza, represado ainda pela incompreensão e
a homofobia.
Camisinha sempre!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por deixar seu comentario.