O Ministério da Saúde acaba de apresentar os resultados de uma
pesquisa feita com a população de gays e outros homens que fazem sexo com
homens no Brasil. Dez cidades serviram de base para um estudo que entrevistou
cerca de 3.600 gays maiores de 18 anos e que concluiu que 10,5% estão
infectados pelo HIV. Um número bastante elevado se considerarmos que, entre os
homens heterossexuais, esse índice é de 0,8%.
A mesma pesquisa mostrou que
somos mais escolarizados que os heteros: enquanto 52,2% dos gays entrevistados
possuem 11 anos ou mais de escolaridade, esse índice é de 25,4% entre os homens
em geral. Mostrou ainda que fazemos mais o teste para o HIV, somos mais bem
informados sobre a Aids e procuramos os serviços de saúde com maior frequência.
Porém, revelou que os jovens gays usaram menos a camisinha na sua primeira
relação sexual que os heterossexuais.
O estudo brasileiro
apresenta dados que se equiparam a outros países: nos Estados Unidos, por
exemplo, a prevalência do HIV entre os gays é de 9,1%; na Argentina, 11,7%; e
no México, 19,2%. Os altos índices demonstram que o HIV ainda está entre nós
com muita intensidade e que ainda não incorporamos o preservativo como uma
rotina nas nossas relações sexuais.
A partir desses dados,
existe o temor de que se retome a ideia de "grupo de risco" que
tantos danos causou aos gays no início da epidemia, fez com que a homofobia se
intensificasse e que os heterossexuais se considerassem, de certa forma, imunes
ao HIV. Em consequência, assistimos ao crescimento da epidemia entre os homens
em geral que representam, segundo o Ministério, cerca de 97% dos brasileiros.
Esses altos índices são
atribuídos, principalmente, a fatores que amplificam a vulnerabilidade dessa
população, entre eles a homofobia: cerca de 30% dos homossexuais declaram já
ter sofrido algum tipo de discriminação na vida. Desses, mais da metade sofreu
agressão verbal ou física no seu ambiente de trabalho!
A epidemia da Aids no Brasil
se concentra em alguns segmentos, entre eles os homens que fazem sexo com
homens. Entretanto, essa tendência é verificada em quase todos os países do
mundo, incluindo-se, por exemplo, a Inglaterra, França e Holanda, para citar os
europeus. O preconceito nos torna mais vulneráveis e nos expõe a situações de
risco que se refletem nos dados apresentados. Tapar os olhos para essa
realidade é negar aos gays as oportunidades de nos beneficiarmos dos recursos e
serviços no campo da saúde pública.
Camisinha sempre!
Camisinha. Com amor, paixão ou só sexo mesmo. Use sempre.
ResponderExcluirUsando a camisinha, você pode curtir o melhor da vida sem preocupação. Por isso, todos, sem exceção, devemos usá-la. Nunca deixe a camisinha fora da brincadeira. Afinal, todos nós – homens, mulheres, de qualquer idade, orientação sexual ou classe social – somos vulneráveis ao vírus HIV e a outras doenças sexualmente transmissíveis.
Conheça a atual campanha do Ministério da Saúde e colabore espalhando as informações no seu blog e em outras redes sociais, como Orkut, Facebook, Youtube e Twitter. Saiba como visitando o site http://bit.ly/cQFFo6
Previna-se! A camisinha é segura e a sua maior aliada.
Confira os vídeos da campanha sobre a importância da prevenção:
http://www.youtube.com/watch?v=lTa_PQ0bGHs
Para mais informações:
comunicacao@saude.gov.br
Atenciosamente,
Ministério da Saúde
A homofobia tem sua origem na intolerância à alteridade. Nós vivemos em um ambiente constitutivamente homofóbico. Vemos a televisão sendo veículo de transmissão do preconceito através de programas religiosos, ou em “reality show” (afirmação do vencedor do BBB 10 “hetero não pega Aids”). Vemos Psicólogos tentando curar homossexuais, apesar do Código Internacional de Doenças (CID10) extinguir a patologia homossexualismo e, consequentemente, o Conselho Federal de Psicologia proibir terapias de cura. Vemos congressistas evangélicos vetando leis que dizem respeito à cidadania e ao desenvolvimento em nome da ética da moral centrada na hipocrisia. Os estereótipos atrelados aos sujeitos vão garantir o direito da maioria em detrimento ao direito da minoria no que tange às normas construídas no imaginário social de satisfação afetiva. É necessário o agenciamento de uma ética centrada no desejo que crie laços discursivos que produzam subjetividades que desconstruam discursos que incidamm na moral dos sujeitos e reflitam a maneira como eles vão encarar a sua sexualidade. A análise geradora de reflexão sobre os limites destes discursos se faz necessária à medida que se revelam as relações de dominação ou de dependência, de integração ou de exclusão, às quais os sujeitos foram submetidos.
ResponderExcluirDan Jung