Em 2009, pelo menos dez
gays, lésbicas e travestis foram assassinados em Minas Gerais. Por homofobia.
Pelo simples fato de exercerem o direito de serem autênticos, sem fingimentos e
simulações que pudessem fazê-los parecer diferentes daquilo que são, para agradar
as expectativas do outro.
Em 2009, produzimos toneladas de documentos, acordos, planos, programas e projetos e poucos gramas de suor voltados para ações concretas que garantissem nossa condição de cidadãos plenos de direitos e deveres. Sequer comemoramos o primeiro aniversário da primeira conferência LGBT do planeta, porque em junho de 2009 não tínhamos ainda nada para mostrar.
Fechamos 2009 com um Plano LGBT, legitimado por uma Conferência LGBT, que criou uma Coordenadoria LGBT, que talvez consiga a inclusão dos LGBTs no orçamento público para que, enfim, algo possa ser feito. Nesse passo, seremos atropelados pelas eleições de 2010 e não existe nenhuma garantia de que um próximo governo mantenha os compromissos assumidos nas Conferências, nos Planos ou nas Coordenadorias.
Em 2009 tivemos mais de 200 paradas gays espalhadas pelo Brasil. Desde as pequenas cidades, onde poucas dezenas de atrevidos ativistas desafiaram o conservadorismo local, até a maior do mundo, que mobilizou cerca de 3,5 milhões de pessoas na avenida Paulista. Apesar do sucesso da estratégia de visibilidade para a promoção do movimento LGBT, em 2009 as paradas foram muito criticadas: improviso, desorganização, insegurança, em consequência dos escassos apoios financeiros.
Em 2009, os evangélicos não nos deram paz. Pastores-parlamentares fizeram barreira até contra projetos de reconhecimento de utilidade pública de nossas associações, e as poucas conquistas que tivemos foram à custa de muita tenacidade, jogo de cintura e capacidade de negociação. Na TV, nos plenários, nos templos, os "silas malafaias" da vida fizeram do combate ao PLC 122, que criminaliza a homofobia e tramita no Senado, o símbolo de sua luta contra as forças satânicas e mantiveram-no agarrado em comissões, audiências e estratagemas burocráticos. E jogaram sujo, usando de sofismas e explorando a ignorância de seus seguidores, lobotomizados pela falta de perspectivas, que deixaram-se levar pela conversa mole da "mordaça gay".
Dois mil e nove, enfim, oferece a nós, nossas lideranças e associações um vasto material para ser analisado e reorientar nosso futuro. Que venha 2010!
Camisinha sempre!
Em 2009, produzimos toneladas de documentos, acordos, planos, programas e projetos e poucos gramas de suor voltados para ações concretas que garantissem nossa condição de cidadãos plenos de direitos e deveres. Sequer comemoramos o primeiro aniversário da primeira conferência LGBT do planeta, porque em junho de 2009 não tínhamos ainda nada para mostrar.
Fechamos 2009 com um Plano LGBT, legitimado por uma Conferência LGBT, que criou uma Coordenadoria LGBT, que talvez consiga a inclusão dos LGBTs no orçamento público para que, enfim, algo possa ser feito. Nesse passo, seremos atropelados pelas eleições de 2010 e não existe nenhuma garantia de que um próximo governo mantenha os compromissos assumidos nas Conferências, nos Planos ou nas Coordenadorias.
Em 2009 tivemos mais de 200 paradas gays espalhadas pelo Brasil. Desde as pequenas cidades, onde poucas dezenas de atrevidos ativistas desafiaram o conservadorismo local, até a maior do mundo, que mobilizou cerca de 3,5 milhões de pessoas na avenida Paulista. Apesar do sucesso da estratégia de visibilidade para a promoção do movimento LGBT, em 2009 as paradas foram muito criticadas: improviso, desorganização, insegurança, em consequência dos escassos apoios financeiros.
Em 2009, os evangélicos não nos deram paz. Pastores-parlamentares fizeram barreira até contra projetos de reconhecimento de utilidade pública de nossas associações, e as poucas conquistas que tivemos foram à custa de muita tenacidade, jogo de cintura e capacidade de negociação. Na TV, nos plenários, nos templos, os "silas malafaias" da vida fizeram do combate ao PLC 122, que criminaliza a homofobia e tramita no Senado, o símbolo de sua luta contra as forças satânicas e mantiveram-no agarrado em comissões, audiências e estratagemas burocráticos. E jogaram sujo, usando de sofismas e explorando a ignorância de seus seguidores, lobotomizados pela falta de perspectivas, que deixaram-se levar pela conversa mole da "mordaça gay".
Dois mil e nove, enfim, oferece a nós, nossas lideranças e associações um vasto material para ser analisado e reorientar nosso futuro. Que venha 2010!
Camisinha sempre!
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