sábado, 9 de janeiro de 2010

Recursos - 09/01/10


O movimento LGBT, organizado através de suas associações, participa do disputadíssimo mercado de captação de recursos, onde as mais relevantes causas concorrem selvagemente a fatias dos R$ 12 bilhões anuais que financiam o terceiro setor no Brasil, sejam eles governamentais, da iniciativa privada ou provenientes de agências internacionais. É com uma parte desses recursos que nossas ONGs constroem uma imagem positiva dos homossexuais, derrubam preconceitos, combatem a homofobia, dão assistência aos discriminados e apoio aos enjeitados buscando assim uma forma de atenuar as injustiças a que estamos submetidos.

O governo ainda é o principal financiador do movimento LGBT. Ele se utiliza do apoio a projetos para cumprir o compromisso de promover políticas públicas voltadas para essa população, uma vez que as organizações da sociedade civil são reconhecidamente mais eficientes no alcance direto desse segmento. Os repasses são formalizados através de editais de seleção e a assinatura de convênios unilaterais, cuja gestão absorve grande parte das energias das ONGs que, em última instância, deveriam estar voltadas para sua atividade fim.

Não é fácil ter acesso a esses financiamentos. Os convênios governamentais impõem condições duras de serem cumpridas pelos pequenos: não permitem que a diretoria da ONG seja remunerada; exigem regularidade fiscal, depósito de contrapartidas e o compromisso de aplicação somente em algumas despesas elegíveis que não incluem a sua própria manutenção; além de prestações de contas financeiras e de processos que demandam um conhecimento técnico apurado que poucas possuem.

E por que a iniciativa privada não financia o movimento LGBT? Apesar de algumas empresas reconhecerem as benesses de um balanço social consistente ao final do ano, elas não se mostram preocupadas com uma causa em si, mas sim no efeito que um apoio possa ter na opinião pública, em seu superávit e seus negócios. Na verdade, os investimentos no apoio às ONGs se refletem diretamente nos lucros, uma vez que um balanço social consistente habilita-as a certificações exigidas para o comércio de produtos nos grandes mercados internacionais.

Entretanto, o dinheiro da iniciativa privada se direciona para o apoio a causas unânimes, reconhecidamente aplaudidas pela totalidade dos consumidores. Nesse contexto, até a defesa de animais silvestres é mais interessante que os direitos dos homossexuais e ficamos sujeitos ao controle e às condições impostas pelos governos federal, estaduais e municipais.

Camisinha sempre!

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