Se você procurar na internet, encontrará uma lista de dez dicas
preparadas pelo GGB (www.ggb.org.br) para alertar a comunidade gay dos riscos a
que estamos sujeitos, muitas vezes por uma falta de atenção natural a situações
que se repetem e que tanto nos tornam vulneráveis.
Entre as dicas estão algumas
básicas, como evitar levar recém-conhecidos para casa e preferir encontros em
hotéis, motéis ou saunas; não consumir bebidas oferecidas por estranhos e estar
sempre atento ao seu copo ou garrafa em boates e bares para evitar ser dopado
por soníferos; manter alguém sempre ciente de suas companhias, mesmo que seja
um porteiro ou zelador; evitar se exibir ou alardear riqueza diante da sua nova
companhia; enfim, dicas básicas que aprendemos desde cedo, mas que são
esquecidas quando amadurecemos.
Muitos gays se satisfazem
através da contratação de profissionais do sexo, na ilusão de que a remuneração
por serviços sexuais garanta a confidencialidade de sua orientação sexual.
Porém, falsos garotos de programa têm se aproveitado dessa invisibilidade, da
impunidade e das fragilidades causadas por uma vida dupla. Gays que se utilizam
dos serviços sexuais desses rapazes convivem com o perigo e a dificuldade de se
distinguir entre quem realmente é profissional e trabalha com respeito e
segurança para si e seus clientes e quem se faz passar por garoto de programa
para usar dessa oportunidade e roubar, extorquir e muitas vezes matar aqueles a
quem consegue enganar.
Nesta semana, o cabeleireiro
goiano Wilton Ferreira, 30, foi mais um dos muitos assassinados nessa situação.
Depois de um churrasco íntimo oferecido ao suspeito, Dione Gomes, 23,
identificado pela PM como garoto de programa, Will morreu em sua própria casa,
sob a "proteção" de dois cães pitbull e uma cerca eletrificada. Nada
disso impediu o latrocínio do gay que, seguramente, abriu as portas de casa
para seu algoz
Garotos de programa precisam
de uma atenção específica por parte do governo e dos grupos que promovem e se
preocupam com a segurança e a saúde dos homossexuais. Muitos gays se utilizam
de seus serviços para obter companhia ou dar vazão a seus desejos. Sem contar
que esses rapazes são os preferidos daqueles que não acreditam na possibilidade
de uma relação afetivo-sexual estável entre dois homens e entendem que entre
nós ela se mantém necessariamente num nível superficial, passageiro, que não
ultrapassa a satisfação imediata do prazer sexual.
Para muitos de nós, garotos
de programa significam um ombro amigo, a quem abrimos nossas confidências e com
os quais compartilhamos nossos desejos mais secretos. Não são raras relações
duradouras entre garotos de programas e seus clientes, abastecidas por uma
fidelidade que envolve discrição, carinho, proteção e dinheiro.
Camisinha sempre!
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