sábado, 23 de janeiro de 2010

Profissionais - 23/01/2010



Se você procurar na internet, encontrará uma lista de dez dicas preparadas pelo GGB (www.ggb.org.br) para alertar a comunidade gay dos riscos a que estamos sujeitos, muitas vezes por uma falta de atenção natural a situações que se repetem e que tanto nos tornam vulneráveis.

Entre as dicas estão algumas básicas, como evitar levar recém-conhecidos para casa e preferir encontros em hotéis, motéis ou saunas; não consumir bebidas oferecidas por estranhos e estar sempre atento ao seu copo ou garrafa em boates e bares para evitar ser dopado por soníferos; manter alguém sempre ciente de suas companhias, mesmo que seja um porteiro ou zelador; evitar se exibir ou alardear riqueza diante da sua nova companhia; enfim, dicas básicas que aprendemos desde cedo, mas que são esquecidas quando amadurecemos.

Muitos gays se satisfazem através da contratação de profissionais do sexo, na ilusão de que a remuneração por serviços sexuais garanta a confidencialidade de sua orientação sexual. Porém, falsos garotos de programa têm se aproveitado dessa invisibilidade, da impunidade e das fragilidades causadas por uma vida dupla. Gays que se utilizam dos serviços sexuais desses rapazes convivem com o perigo e a dificuldade de se distinguir entre quem realmente é profissional e trabalha com respeito e segurança para si e seus clientes e quem se faz passar por garoto de programa para usar dessa oportunidade e roubar, extorquir e muitas vezes matar aqueles a quem consegue enganar.

Nesta semana, o cabeleireiro goiano Wilton Ferreira, 30, foi mais um dos muitos assassinados nessa situação. Depois de um churrasco íntimo oferecido ao suspeito, Dione Gomes, 23, identificado pela PM como garoto de programa, Will morreu em sua própria casa, sob a "proteção" de dois cães pitbull e uma cerca eletrificada. Nada disso impediu o latrocínio do gay que, seguramente, abriu as portas de casa para seu algoz

Garotos de programa precisam de uma atenção específica por parte do governo e dos grupos que promovem e se preocupam com a segurança e a saúde dos homossexuais. Muitos gays se utilizam de seus serviços para obter companhia ou dar vazão a seus desejos. Sem contar que esses rapazes são os preferidos daqueles que não acreditam na possibilidade de uma relação afetivo-sexual estável entre dois homens e entendem que entre nós ela se mantém necessariamente num nível superficial, passageiro, que não ultrapassa a satisfação imediata do prazer sexual.

Para muitos de nós, garotos de programa significam um ombro amigo, a quem abrimos nossas confidências e com os quais compartilhamos nossos desejos mais secretos. Não são raras relações duradouras entre garotos de programas e seus clientes, abastecidas por uma fidelidade que envolve discrição, carinho, proteção e dinheiro.

Camisinha sempre!


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