Como tradicionalmente acontece, vem aí a campanha de prevenção às
DST-Aids do Carnaval 2010. Na mesma linha dos anos anteriores, ela elege um
segmento prioritário, com base nos mais atualizados dados epidemiológicos
coletados pelo governo.
Em 2010, a prioridade recai
sobre a população jovem, com destaque para dois segmentos onde a situação está
ainda mais grave: jovens gays e meninas entre 13 e 19 anos. As jovens
representam a primeira faixa populacional em que o sexo feminino ultrapassa o masculino:
desde 1998, para cada dez meninas infectadas existem oito meninos, invertendo
uma tendência histórica da epidemia.
Do outro lado, houve um
aumento considerável dos registros de casos de Aids entre os gays na faixa de
13 a 24 anos, que em um período de dez anos passou de 29% para 43,2%. Isso
significa que mais de um terço das infecções em rapazes se concentram nos 8,4%
que declaram já ter mantido relações sexuais com outros homens.
Na região Sudeste, os
últimos dados divulgados revelam que 35,4% dos jovens entre 15 e 24 anos não
usaram preservativo na sua primeira relação sexual, apesar do elevado grau de
conhecimento sobre a Aids, sua forma de transmissão e prevenção - 95,6% das
pessoas sabem que o uso do preservativo é a melhor forma de prevenir a infecção
do HIV e 93% têm conhecimento de que não existe cura para a Aids.
Para o diretor da Escola
Jovem LGBT, de Campinas, Deco Ribeiro, as estratégias de prevenção voltadas
para os jovens gays deveriam mudar sua abordagem: "A informação escrita e
falada atinge o lado racional do cérebro, enquanto o ato sexual está no lado
emocional. Por isso o alto grau de conhecimento sobre a epidemia não se
refletir necessariamente no uso da camisinha". Deco acredita que a solução
pode estar na utilização de estratégias mais lúdicas, como a música, o teatro e
outras manifestações culturais que envolvem a emoção.
Para o chefe da prevenção do
Departamento Nacional DST-Aids do Ministério da Saúde, Ivo Brito, a linguagem
das campanhas ainda carece de modernidade e existe um distanciamento grande
entre o discurso utilizado e o que efetivamente alcança essa geração. "Não
está clara a forma como esses jovens exercem a sua sexualidade".
Ivo acredita que uma das
principais barreiras ainda é o acesso à camisinha que não chega aos espaços de
socialização dos jovens, principalmente a família e as escolas. "Mesmo
entre os colégios que participam dos programas de prevenção desenvolvidos pelo
governo, o índice de distribuição de preservativos é baixo", completa.
Reconhecida a importância de
se trabalhar esse público, a campanha do Carnaval será apresentada no Rio, no
dia 06 de fevereiro.
Camisinha sempre!
Números assustadores mas importantes. De uns tempos pra cá, tenho a impressão que a as campanhas de prevenção de DSTs caiu vertiginosamente. Isto pode dar a ilusão de que as coisas estão controladas e que não são perigosas.
ResponderExcluirAdmiro muitíssimo o trabalho de vcs e achei mto bacana o seu post!
Temos que alertar e proteger TODOS os nossos jovens!
Parabéns!
Concordo com a Soraia.
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