sábado, 29 de março de 2008

Ser assim – 29/03/2008


Toda terça-feira, jovens de 14 a 24 anos se reúnem na sede do Movimento Gay de Minas. O encontro semanal se divide em duas partes: primeiro, um grupo conduz um tema: conquistas de direitos, vitórias e derrotas contra a homofobia, curiosidades e sobretudo informações que os levem a uma vida afetivo-sexual feliz, saudável e segura. Depois, se interagem e se divertem por algumas horas.
 
O tema da última reunião foi o enfrentamento do preconceito e a vida dos gays afeminados e lésbicas masculinizadas. Acalorada, a discussão revelou muita dor e culminou no direito ou não de ser mais ou menos delicado, nas tão criticadas maneiras de se falar e se vestir, nas pressões em casa, na escola e na rua, e nas duras conseqüências de se ser ou não ser assim.
 
"Tudo bem se o cara é homossexual, mas precisa ser afeminado? Precisa se vestir assim? Porque não se comporta como os outros?" Esse tipo de crítica e questionamento faz parte da vida dos gays e lésbicas desde cedo e revelam uma tentativa de enquadramento nos padrões definidos para o masculino e feminino. O que se percebe é que, por trás disso, pais, parentes e amigos buscam impor um padrão de comportamento que não torne pública nossa homossexualidade e reduza o constrangimento de quem está ali do nosso lado.
 
Homossexuais tendem a se entenderem menos afeminados do que na verdade são. Muitos de nós somos assim desde crianças e não percebemos nossos trejeitos femininos com tanto rigor. Heterossexuais, por outro lado, tendem a nos ver sempre mais afeminados, principalmente a partir da revelação da nossa orientação sexual.

Quando damos importância para o que estão pensando de nós, deixamos de ser naturais, deixamos de ser nós mesmos e passamos a atender a expectativa dos outros, em detrimento das nossas. Isso serve tanto para homo quanto para heterossexuais.
 
Porque, se você quer ser respeitado no seu jeito de ser, deve respeitar o do outro. Ninguém tem o direito de impor seu comportamento a partir de seus próprios conceitos e maneira de ver o mundo, principalmente quando deixamos de lado o caráter e a dignidade da pessoa e valorizamos características tão fúteis como o jeito de falar, se comportar ou vestir.
 
Camisinha sempre!

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