sábado, 18 de fevereiro de 2012

Podres poderes - 18/2/2012



O espetáculo em cartaz hoje foi anunciado há muito tempo. As pretensões de poder de líderes evangélicos e suas artimanhas rasteiras são denunciadas sistematicamente pelos movimentos sociais leigos há anos! Charlatanismos, falsos milagres e promessas de vida após a morte, paraísos celestiais, ressurreições, inimizades, desprezos e discriminações. Além de um sorriso e um tapinha nas costas em troca de seu dízimo e seu voto.

Ungidos pela capacidade de trapacear, mentir, enganar os humildes e desesperançosos, um grupo de espertalhões se vale das isenções, dos privilégios e benefícios concedidos aos templos religiosos para a construção de um projeto político que ambiciona uma ditadura teocrata e seletiva. Nas mãos dessa gente mau-caráter não só os avanços nos costumes correm risco, mas a liberdade religiosa como um todo. Nessa salada que junta no mesmo prato religião e política, o ódio e a exclusão servem de tempero.

Enquanto a comunidade LGBT luta pelo reconhecimento de sua cidadania, os tentáculos religiosos espalhados pelos três poderes da União constroem um projeto de negação dos nossos direitos. Foram os fundamentalistas evangélicos que organizaram uma passeata em Brasília contra a criminalização da homofobia, para garantir seu direito de incitarem à violência e pregarem contra nós. Cerraram fileiras para que as escolas brasileiras não fossem capacitadas para combater o preconceito contra os homossexuais: pressionaram e conseguiram suspender a distribuição do material pedagógico chamado de "kit escola sem homofobia", produzido pelo MEC.

Esses mesmos velhacos se levantam contra nossas famílias, contra nossas uniões, contra direitos que não se sobrepõem ou ameaçam os de ninguém. São os evangélicos que nos debocham em seus templos e seus programas de televisão, que nos provocam e nos perseguem. São essas pessoas que, ao se oporem a uma campanha de prevenção às DST-Aids voltada para os jovens gays, deixam claro que preferem nos ver mortos, infectados, subjugados ao vírus HIV a reconhecerem nossa existência e nosso direito à afetividade.

Quando o governo cede à pressão dos evangélicos e decreta a suspensão do filme de promoção da camisinha voltado para os jovens gays porque exibe dois rapazes namorando, assume a responsabilidade sobre o crescimento da Aids nessa população. A reboque, leva as dores e as lágrimas das famílias que sofrem por seus filhos infectados com uma doença que ainda não tem cura, mas que pode ser evitada.

Camisinha sempre!



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