sábado, 2 de julho de 2011

Inimigos - 02/07/2011

Deus arma seu povo para lutar contra os inimigos

Nós não estamos criando caso com ninguém. Estamos aqui, no nosso canto, amando os nossos amores, cavando espaços, sobrevivendo e defendendo o nosso direito de sermos cidadãos no mesmo patamar que os não homossexuais.

Não estamos tirando o direito de ninguém. Não estamos destruindo nada, não queimamos livros, não condenamos opções. Somos cidadãos como todos que vivem em cidades e usufruem dos serviços que elas nos oferecem. Queremos ser bem tratados, gentileza, solidariedade, empregos, como qualquer brasileiro. Estamos em todas as profissões, em todas as raças, em todas as famílias. Temos nossos momentos de alegrias e tristezas, temos talento para algumas coisas e carecemos disso para outras. Alguns de nós somos do bem; outros, nem tanto. Alguns estão livres; outros, presos. Alguns se sentem livres; outros, presos. Somos gente como todos, somos indivíduos como qualquer um.

Nunca fomos para portas de igrejas protestar contra seus ensinamentos homofóbicos. Escolhemos um fórum laico para nossas reivindicações: o fórum dos direitos, das leis, da Constituição.

Fomos escolhidos como inimigos prioritários de algumas religiões que se sentem ameaçadas pela nossa forma de amar e pelo objeto do nosso amor. Fomos conduzidos a uma guerra insana que nos coloca acorrentados num paiol de pólvora a cada dia mais explosivo.

As mensagens religiosas de condenação dos homossexuais têm atraído multidões em torno de bandeiras que visam não reivindicar direitos, mas retirar os nossos. O discurso homofóbico da deputada carioca cristã Miriam Rios, que circulou nesta semana pela internet, ou os gritos inflamados de pastores midiáticos contra os homossexuais têm criado um ambiente social efetivamente perigoso para nós. A forma como o assunto é abordado pelos religiosos em seus cultos e manifestações coloca em risco a nossa integridade física e em dúvida a caridade cristã.

Ninguém tem o direito de ir às ruas reivindicar o direito de manifestar preconceito, de discriminar. Nossa Constituição proíbe isso. É preciso revisitar os conceitos de democracia, civilidade, laicidade e respeito e controlar a violência que vem embutida no discurso dos que nos condenam como pecadores.

Camisinha sempre!

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