sábado, 11 de junho de 2011
Aids Summit - 11/06/2011
Nesta semana, a Aids voltou a ser o foco das atenções mundiais, marcando os 30 anos da epidemia. Desde quarta-feira, representantes das nações membros da ONU, especialistas, diplomatas e representantes da sociedade civil participam, em Nova York, da Reunião de Alto Nível sobre a Aids, o Aids Summit. Entre os objetivos do encontro, a desafiante meta de zero novas infecções pelo HIV até 2015, em consonância com as Metas do Milênio.
Paralelamente, o Fórum Global sobre Homens que Fazem Sexo com Homens (HSH) e HIV solicitou aos mais de trinta chefes de estados presentes e aos representantes dos países membros das Nações Unidas que reconsiderem as estratégias adotadas até hoje e que se baseiem em três pilares fundamentais na resposta à epidemia: políticas que sejam baseadas em evidências, foco em ações voltadas para populações chave e a defesa e garantia dos direitos humanos.
Intervenções específicas para alguns grupos são componentes indispensáveis para qualquer resposta nacional abrangente. "Em muitos estudos, as evidências têm chamado a atenção para populações- chave, como homossexuais, profissionais do sexo, usuários de drogas injetáveis e pessoas trans", declara o dr. George Ayala, diretor executivo do Fórum HSH-HIV.
Gays e HSH compreendem cerca de 25% das pessoas vivendo com HIV na América Latina e no Caribe, por exemplo. No Brasil, enquanto a prevalência da Aids entre os homens heterossexuais é de 0,8%, chega a 10,5% entre os HSH. "Com mais de 33 milhões de pessoas vivendo com HIV no mundo e mais de dois milhões de novos infectados a cada ano, já não podemos nos dar ao luxo de ignorar as condutas baseadas em evidências em nome de normas culturais, valores religiosos ou códigos penais que violam os direitos humanos básicos", completa o dr. Ayala.
Contra essa abordagem, estão justamente os países que desrespeitam os direitos humanos e negam a diversidade sexual de sua população: muitos países africanos, árabes e caribenhos. Argumentam a defesa da soberania das nações e aquilo que vem sendo chamado de "relativismo cultural", que defende o respeito à cultura local, embora isso possa incluir mutilações, abusos e homofobia.
Além disso, os movimentos sociais defendem a produção de um documento com objetivos bem definidos e indicadores precisos que possam ser aferidos periodicamente, como o número de vidas salvas versus o valor investido. Contra isso estão os países desenvolvidos, financiadores de grande parte das ações de controle da Aids, que preferem um documento mais político e temem que metas e investimentos ambiciosos impliquem em um comprometimento maior de seus recursos.
Camisinha sempre!
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