quinta-feira, 14 de abril de 2011

Absurdo - 09/04/2011



O Grupo Gay da Bahia divulga mais uma vez seu levantamento anual dos crimes de ódio contra os gays, lésbicas e travestis. Um crescimento de 30% em relação ao ano anterior; 260 homossexuais assassinados em 2010.

Minas Gerais continua em quinto lugar com 18 assassinatos, sendo 11 travestis e sete gays. Esses assassinatos são o retrato do preconceito homofóbico extremo, aquele que leva à morte.
Outras manifestações não tão extremas, mas igualmente aterrorizantes, fervilham nos noticiários: situações de humilhação e violência, formação de quadrilhas de neonazistas e gangues de perseguição aos gays, protagonizadas por trogloditas defensores de um status quo que diferencia os cidadãos em castas de direitos: os que podem e os que não podem. No nosso caso, amar.

Nessa semana, circulou pela internet o vídeo de um garoto gay de Alagoas sendo agredido por um valentão no pátio de sua escola. Senti a dor dos tapas como se fosse em mim. Revivi ali tristes cenas de minha adolescência, quando era sistematicamente agredido pelos homofóbicos do conjunto IAPI, ao sair das aulas no Colégio Municipal.

Enquanto isso, o deputado Jair Bolsonaro continua tropeçando em declarações preconceituosas, machistas e destemperadas, ofendendo quem passe à sua frente, violando direitos e desrespeitando leis que ele, como deputado, deveria ser o primeiro a respeitar. Sobrou até para Alexandre Mortágua, filho do ex-jogador Edmundo, acusado de ser homossexual por causa do meio em que foi educado. Alexandre ironizou: "Se ele continuar a se meter comigo, coloco o nome dele na macumba!".

Michael, do Vôlei Futuro, expôs a todo o Brasil um pouquinho da homofobia do esporte mineiro. O atleta gay foi vítima de uma das mais chocantes manifestações de bullying coletivo, em jogo em Contagem, contra o Cruzeiro. Michael foi barbaramente ofendido aos gritos de "bicha!" e "veado!" de uma torcida enfurecida. Além dos tradicionais brucutus homofóbicos, engrossavam o coro vozes de uma significativa parcela de senhoras e crianças.

Tudo isso levou a ministra Maria do Rosário, dos Direitos Humanos, a classificar a situação de violação dos direitos dos cidadãos LGBT no Brasil como "um absurdo!".

Sim, ministra, é um absurdo e exige ações concretas imediatas. Precisamos caracterizar o crime de homofobia e estabelecer punições contra essas pessoas que insistem em buscar saídas para garantir o direito de incitarem a violência contra os homossexuais em seus templos, tribunas ou canais de TV.


2 comentários:

  1. Estamos muitos anos atrasados nos direitos humanos em relação ao resto do mundo. Torço para que as autoridades de Alagoas ou pelo menos da escola em questão puna este menino da filmagem... Somente assim essas historias podem para de se repetir

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