Apesar de evitar me meter em discussões sobre crenças - uma vez que
considero essa conexão entre homossexualidade e religião sem nenhum fundamento
-, não posso deixar de reconhecer o mal que certos crentes/conservadores nos
causam, principalmente, nesses tempos de bancadas parlamentares religiosas (meu
Deus!).
As pessoas que defendem a conservação da humanidade em formol, com base
em padrões do passado, querem, na verdade, manter seu poder e ganhar dinheiro.
São medíocres! Apregoam como verdade absoluta suas interpretações de mundo
viciadas, tendenciosas, primárias e rasas.
Julgam-se aptos a ditar regras para as relações entre os seres humanos,
sua moral, sua ética, sua tolerância. Falsos, hipócritas, dissimulados,
insistem em negar o processo irreversível de reconhecimento de novas relações
afetivas e construções familiares entre as pessoas, mas desfrutam, "no
escurinho do cinema", dos orgasmos clandestinos e anônimos amplificados
pelo não convencional.
Não me fio em quem atribui a culpa pela sua incapacidade de explicar o
inexplicável - ou entender o não entendível - aos "mistérios da fé".
Quem age assim se desobriga de pensar e exercitar sua razão (e entrega suas
inquietações a um delírio hollywoodiano, em que vidas são criadas a partir de um
sopro; serpentes apregoam maçãs pecaminosas; multidões atravessam oceanos que
se abrem em tecnicolor; seres fantasmagóricos compartilham nosso espaço e
transitam por dimensões controlando raios e trovões, entre outros efeitos
especiais). Nossa civilização não é o resultado de um delírio épico.
Em tempos de microscópios nucleares e satélites exploradores, quando se
fala de reprogramação genética, células-tronco e vacinas sintéticas, em um
mundo que questiona a existência de fronteiras geográficas, que baseia seus contratos
internacionais em valores como a dignidade humana, a solidariedade, o foco no
coletivo e o respeito às opções individuais, qualquer argumento que se baseie
em crendices, símbolos e superstições é questionável. E suspeito.
Camisinha sempre!
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