sábado, 12 de fevereiro de 2011

Crendices - 12/02/2011



Apesar de evitar me meter em discussões sobre crenças - uma vez que considero essa conexão entre homossexualidade e religião sem nenhum fundamento -, não posso deixar de reconhecer o mal que certos crentes/conservadores nos causam, principalmente, nesses tempos de bancadas parlamentares religiosas (meu Deus!).

As pessoas que defendem a conservação da humanidade em formol, com base em padrões do passado, querem, na verdade, manter seu poder e ganhar dinheiro. São medíocres! Apregoam como verdade absoluta suas interpretações de mundo viciadas, tendenciosas, primárias e rasas.

Julgam-se aptos a ditar regras para as relações entre os seres humanos, sua moral, sua ética, sua tolerância. Falsos, hipócritas, dissimulados, insistem em negar o processo irreversível de reconhecimento de novas relações afetivas e construções familiares entre as pessoas, mas desfrutam, "no escurinho do cinema", dos orgasmos clandestinos e anônimos amplificados pelo não convencional.

Não me fio em quem atribui a culpa pela sua incapacidade de explicar o inexplicável - ou entender o não entendível - aos "mistérios da fé". Quem age assim se desobriga de pensar e exercitar sua razão (e entrega suas inquietações a um delírio hollywoodiano, em que vidas são criadas a partir de um sopro; serpentes apregoam maçãs pecaminosas; multidões atravessam oceanos que se abrem em tecnicolor; seres fantasmagóricos compartilham nosso espaço e transitam por dimensões controlando raios e trovões, entre outros efeitos especiais). Nossa civilização não é o resultado de um delírio épico.

Em tempos de microscópios nucleares e satélites exploradores, quando se fala de reprogramação genética, células-tronco e vacinas sintéticas, em um mundo que questiona a existência de fronteiras geográficas, que baseia seus contratos internacionais em valores como a dignidade humana, a solidariedade, o foco no coletivo e o respeito às opções individuais, qualquer argumento que se baseie em crendices, símbolos e superstições é questionável. E suspeito.


Camisinha sempre!


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por deixar seu comentario.