O movimento LGBT quer conversar com o Governador Anastasia. Mais
que isso, quer parar de choramingar e qualificar, política e tecnicamente, o
debate sobre a ausência de ações públicas estaduais no combate ao preconceito
por orientação sexual e identidade de gênero, para que não se perpetuem os
equívocos e se reverta a inatividade da gestão anterior.
Essa é a intenção do ofício
encaminhado pelo Fórum pela Saúde e Direitos Humanos LGBT de Minas Gerais, que
congrega 30 organizações da sociedade civil do Estado. No documento, o fórum
lembra a importância de se incluir na agenda para 2011 a chamada para a 2ª
edição da Conferência LGBT de Minas. A primeira foi realizada em 2008, como
etapa estadual da 1ª Conferência Nacional que destacou o Brasil como o primeiro
país do mundo a convocar um fórum de discussão entre governo e sociedade civil
para tratar dessas necessidades.
Grande parte das
deliberações firmadas na conferência de 2008 não passou do campo das intenções,
o que tem provocado consequências bastante danosas a Minas, hoje, um dos
Estados brasileiros onde mais se mata por homofobia.
Apesar do nosso pioneirismo
nas conquistas legais, vários Estados estão à nossa frente nos esforços
públicos para a garantia de direitos dos homossexuais e o combate à homofobia.
Exemplos disso, são as populares "Leis Rosas", que se espalharam por
dezenas de municípios mineiros e alcançaram o Legislativo estadual. Nos últimos
seis anos, porém, a ineficiência dos órgãos estaduais fez com que todo o
histórico de parceria e participação popular na construção de políticas
públicas voltadas para a emancipação da população LGBT se perdesse.
O movimento mineiro quer
resgatar esse tempo perdido e conversar com o governador sobre a construção e
implantação de um Plano Estadual de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos
LGBT, a ser construído em conjunto com o movimento. Além disso, quer entender
melhor as propostas da recém-criada Coordenadoria da Cidadania e Direitos
Humanos LGBT na estrutura do Executivo e garantir que ela disponha de orçamento
próprio, e que, efetivamente, funcione para a comunidade LGBT.
Por fim, o fórum quer propor
ao governador Anastasia a criação do Conselho Estadual da Cidadania e Direitos
Humanos LGBT, com a garantia de representação da sociedade civil. O conselho
teria como principal incumbência o controle social sobre as ações previstas no
Plano LGBT.
Para além da extensa pauta
proposta, entretanto, é fundamental que o governador conheça o ponto de vista
da sociedade civil e de suas lideranças sobre o quadro dos direitos LGBT em
nosso Estado, sem retoques e maquiagens, e se torne nosso aliado na recuperação
desse tempo perdido.
Camisinha sempre!
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