A Argentina tem casamento gay. Cristina Kirchner promulgou na
quarta-feira a lei que reconhece o casamento entre pessoas do mesmo sexo,
aprovada há uma semana pelo Congresso. Uma atitude que continua a repercutir
positivamente e que fez com que o nosso país hermano galgasse mais um degrau em
direção à modernidade.
A união civil é inexorável.
Apesar do barulho dos conservadores, o mundo entende que não faz sentido negar
os direitos dos cidadãos homossexuais e suas famílias homoafetivas. Casamento
gay é evolução, e o mundo aplaude aqueles que impulsionam avanços. As críticas
que a presidenta argentina sofreu não afetam sua popularidade e sua imagem de
baluarte na defesa de direitos, sem discriminação. Essas críticas são o choro
dos derrotados, vencidos pela lógica da razão e pela onda evolutiva que
desmascara os interesses obscuros daqueles que insistem em ludibriar a
população com discursos moralistas, enquanto "suas piscinas estão cheias
de ratos", como cantou Cazuza.
A Argentina traz para o polo
Sul a vanguarda do polo Norte. Toda a Escandinávia já aprovou o casamento gay.
Casamento mesmo, com exatamente os mesmos direitos de qualquer casal. Aliás,
isso não importa. O importante é que aquela família tenha seus direitos
garantidos. E o assunto se encerra aí, porque a forma como esse casal abençoará
essa união, se assim o desejar, não diz respeito ao estado laico e é uma
decisão pessoal que obedecerá as regras estabelecidas pelos seus rituais.
Países como a Noruega,
Dinamarca, Suécia, Finlândia e Islândia, exemplos de desenvolvimento e
progresso, não reconheceriam os direitos das famílias homossexuais se isso
significasse algum tipo de problema, seja nas relações entre governo e
população, seja nas relações entre países e organismos internacionais. Tampouco
a Argentina, que seguramente ganhou mais que perdeu com o reconhecimento da
união civil.
Esses e outros governantes
de países sensíveis ao clamor de seus cidadãos LGBT que legalizaram o casamento
também entre pessoas do mesmo sexo não estão se lixando para seu grau de
popularidade nem decidiram desafiar a opinião pública com uma política de
"liberou geral". Eles sabem que as forças conservadoras são mais
barulhentas que efetivas e que não adianta represar os avanços, pois um dia
eles romperão as barragens.
Alguns países e governantes
marcarão a história com seu pioneirismo e serão aplaudidos pela eternidade.
Outros se limitarão a trocar o retardo do reconhecimento e garantia de direitos
por votos efêmeros em alianças oportunistas nas eleições nacionais.
Camisinha sempre!
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