Eu era estudante universitário quando nosso país vivia sob a égide
do regime de exceção. Pesavam sobre nós o autoritarismo, o AI-5 e a censura,
comandada na época pelo Ministro Armando Falcão, que, em nome do governo,
submetia os órgãos de imprensa a rigoroso controle prévio: criticas ao regime e
denúncias que expusessem as falhas da ditadura simplesmente eram suprimidas
pelas canetas dos censores do Ministério da Justiça.
Naquela época, além de dar
as notícias, os jornais tinham que escapar dos cortes dos censores. “Um olho no
fósforo, outro na fagulha”. As redações viviam em constante apreensão, tentando
entender um jogo com regras tendenciosas e pouco claras. Muitas foram as formas
de protesto utilizada pelos jornalistas: páginas em branco, receitas de bolo no
lugar das notícias, anúncios de utilidade pública ou artigos inocentes
preparados de última hora.
Com o fim da ditadura e da
censura estatal, o controle da informação não acabou, mas mudou de roupa: o
belicismo militar e a ameaça das armas de fogo deram lugar ao jogo de
influências e à conjugação de interesses econômicos e políticos. A tesoura dos
novos censores corta a verba publicitária ou se baliza numa troca de favores
que no final define a seriedade dos veículos e, consequentemente, sua credibilidade.
Porém, a estratégia do
"abafa o caso" adotada por aqueles que querem controlar a imprensa
extrapola a redação dos veículos de comunicação. Ela alcança o profissional, o
jornalista, suas atividades particulares e por vezes ameaça atingi-lo em sua
vida pessoal. Mais uma vez, sua seriedade e senso ético definem seu grau de
credibilidade.
O acesso à informação é um
direito do cidadão e ferramenta essencial para o exercício do controle social.
Ameaças e coações não podem voltar à cena e se colocarem acima do compromisso
jornalístico com a verdade. Quando um gestor público se sente atingido por
críticas, sejam da imprensa ou mesmo dos movimentos sociais, deve combatê-las
com informações que as revertam em elogios. Pelo menos é isso que se espera de
um governo democrático.
Camisinha sempre!
INFELISMENTE MEU CARO,COMO VOCE FALOU SOBRE A DITADURA E O AI-5,MAS NADA MUDOU, CONTINUAMOS VIVENDO UMA DITADURA,UMA FALTA DE RESPEITO COM OS OUTROS,MAS AGORA SAO DOS MAGISTRADOS QUE SE CONSIDERAM DEUS.
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