As organizações do movimento gay anunciam a criação do Fórum pela
Saúde e Direitos Humanos LGBT de Minas Gerais, uma das mais democráticas
iniciativas da rede que reúne nove associações fundadoras - presentes no ato de
sua criação, no final de janeiro - e vem recebendo a adesão de outras tantas
espalhadas pelo interior do Estado. Hoje são cerca de 30 núcleos defendendo e
promovendo os direitos dos LGBTs mineiros.
O fórum se propõe a
fortalecer a luta dos homossexuais, ampliar sua representatividade e buscar
mais efetividade nas políticas públicas do Estado e municípios: um elo entre as
organizações LGBT e o governo de Minas, o que não é uma tarefa fácil, já que
andam em pé de guerra.
Por mais que grite, a
sociedade civil LGBT e suas reivindicações vêm sendo solenemente ignoradas pelo
governo Aécio Neves. Tradicionais parceiros governamentais do movimento, como a
Saúde e, mais especificamente, a Coordenação Estadual DST-Aids ou a
Subsecretaria de Direitos Humanos - cujo titular e principal negociador com o
movimento LGBT, o ex-deputado João Batista Oliveira, faleceu em dezembro 2009
-, abandonaram compromissos, desconsideraram as estatísticas e a magnitude dos
problemas advindos da homofobia e desprezaram quase duas décadas de uma
parceria que chegou a ser considerada modelo para todo o país.
No âmbito da sociedade
civil, o surgimento do Fórum LGBT revela uma divisão no já debilitado movimento
de luta contra a Aids de Minas Gerais cuja discordância fundamental esbarra nos
rumos que vêm tomando as relações entre governo e sociedade civil, orientada
por algumas lideranças influentes. Novamente a falta de políticas claras por
parte do governo acaba privilegiando alguns grupos e segmentos em detrimento de
outros.
Em suma, apesar de os gays
significarem cerca de 40% do universo de homens com Aids, os recursos se voltam
cada vez menos para projetos de prevenção destinados à nossa população e
contemplam os que se revelam menos polêmicos ou afinados com os interesses dos
amigos do poder.
Com o surgimento do Fórum
LGBT, nasce uma nova instância de diálogo com o governo de MG capaz de
estabelecer uma interlocução direta com todas as regiões e com a maioria dos
homossexuais do Estado, o que pode significar uma resposta direta, rápida e
efetiva ao enfrentamento da homofobia e da epidemia da Aids em nosso Estado.
Sem contar que estamos falando de um fórum cujas organizações reúnem uma camada
significativa de eleitores que buscam nelas ajuda para a defesa de seus
direitos, informações e principalmente camisinhas. Sempre!
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