Estamos às vésperas dos dias mais importantes do nosso ano. É na
segunda semana de agosto que todas as atenções do mundo gay se voltam para Juiz
de Fora, onde acontece o Rainbow Fest. Há dez anos isso se repete e o evento se
consolidou como o maior evento turístico de Juiz de Fora, extrapolando os muros
dos guetos gays e envolvendo toda a cidade, de 13 a 17 de agosto, sem
absolutamente nenhum preconceito.
Apesar da tradição, não é fácil para a militância receber
anualmente a mesma resposta evasiva de que não existem recursos para colaborar
com a realização de um evento interessante, pacífico, com bons atrativos,
qualidade, que respeita a cultura local e envolve toda a população na defesa
dos direitos dos cidadãos homossexuais. Nem mesmo aqueles que se beneficiam
diretamente dos recursos financeiros injetados na economia local se dispõem a
investir, como o trade turístico, o comércio e os serviços, acomodados na
posição de quem está com todas as suas reservas esgotadas, apoiando ou não a
iniciativa.
Mas a tão esperada semana do Rainbow Fest está no ar. É o assunto
dos encontros e as notícias se espalham como pólvora: os bastidores do Miss
Gay, as novidades, quem vai estar no júri, quem vai passar na passarela, se vai
ter passarela, uma vez que, pela primeira vez, o concurso Miss Brasil Gay sai
de um ginásio e vai para o Cine Theatro Central, uma joia preciosa incrustada
no coração da cidade.
Se por um lado mantém o seu formato concurso, traz uma mudança
radical na relação que irá se estabelecer com a plateia, indiscutivelmente uma
das atrações de todas as edições passadas. Uma aposta arriscada, atrevida e que
pode dar certo.
O Rainbow Fest possui o poder de nos envolver gradativamente,
começando na quarta-feira e atingindo seu ápice no sábado da Parada, dia 16 de
agosto, quando 100 mil pessoas compartilham a alegria de viver a ilusão de um
mundo sem homofobia. Durante toda a semana a população desfruta o direito de
viver um Carnaval às avessas, apesar da mesma alegria. Às avessas, pois o que
vale é exatamente nos desfazer das máscaras e fantasias para vivermos uma
semana de verdades e autenticidade.
Ainda está em tempo de arrumar a mochila e ir para Juiz de Fora viver
uma das mais gostosas experiências de cidadania numa cidade acolhedora,
preparada para receber o turista GLS, dotada de leis que defendem os
homossexuais, onde não precisamos esconder o nosso afeto e onde quem importa se
coloca do nosso lado.
Camisinha sempre!
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