Os jovens gays estão em pauta. Assassinatos por homofobia,
suicídios, infecção pelo HIV em taxas maiores que qualquer outro grupo,
depressão, isolamento, tristeza. Jovens que se escondem dos colegas, da
família, de si mesmos.
Recentemente, os norte-americanos
se surpreenderam com o elevado número de jovens gays que se matam, um indicador
que cresce em níveis assustadores. O número de suicídios entre eles é quase
três vezes maior que entre os rapazes heterossexuais, e isso não está nas
páginas dos jornais. Ou pelo menos não estava, até que o projeto "It gets
better" (www.itgetsbetter.org) trouxe o assunto à tona e mobilizou a
população, celebridades e grupos de gays norte-americanos, na tentativa de
reverter esse triste quadro.
Centenas de mensagens dirigidas
a esses jovens se espalham pela internet, no sentido de estimulá-los a lutar, e
não por um fim em suas vidas. Uma das mensagens mais emocionantes é a do
presidente Obama, o que nos faz ter esperanças de que tamanha mobilização
poderá se reverter em ações concretas, e que o tratamento que esses jovens
recebem em casa, na escola ou na sua comunidade não deverá se perpetuar.
No que diz respeito à Aids,
o quadro não é muito diferente. Entre os homossexuais, onde a epidemia ainda
mantém os maiores índices de prevalência, a faixa de 13 a 24 anos é a que mais
se destaca. É preciso fazer alguma coisa.
Nesse sentido, reuniram-se
em Nova Orleans (EUA), nesta semana, cerca de 30 organizações que trabalham com
jovens gays, para aprender novas maneiras de se abordar e obter êxito na
prevenção ao HIV. Passo a passo, caminham em busca de formas adequadas de se
abordar e fortalecer a autoestima desses rapazes e alcançar efetividade nas
ações que levem à pratica de sexo seguro.
Reconhecer e reduzir suas
fragilidades, aumentar seu poder de negociação do uso do preservativo e mostrar
que, apesar de todo o preconceito e desrespeito que ainda prevalece entre nós,
suas vidas importam e não estamos de braços cruzados assistindo à evolução de
um quadro tão trágico.
O sucesso do programa
brasileiro de Aids, exemplo para o mundo inteiro, ainda não conseguiu alcançar
os jovens gays. A sexualidade entre os adolescentes ainda é um tabu e nossas
famílias e escolas não são capazes de lidar com a possibilidade de uma outra
orientação sexual que não seja a heterossexualidade.
Não é com olhar de
condenação e correção que iremos alcançá-los. Assim, ampliamos suas
vulnerabilidades e negamos o seu direito à construção de um futuro saudável e
feliz, onde o medo de viver não seja a linha que costurará suas histórias.
Camisinha sempre!
Por outro lado assisti a entrevista do cantor Rick Martin na Oprah e fiquei muito feliz com a visibilidade que ele deu à questão, precisamos cada vez mais de pessoas corajosas que se mostrem e sirvam de modelos positivos para os nossos jovens. Parabéns pelo post. Abs
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