domingo, 21 de novembro de 2010

Homofóbicos - 20/11/2010


Durante algum tempo, apresentamos um programa semanal na rádio comunitária Mega FM, de Juiz de Fora. Ali, tinham voz todos os movimentos sociais ausentes da grande mídia e convivemos com a "galera" do hip hop, assíduos ouvintes das nossas mensagens.

Arrependidos, esses jovens relatavam que até bem pouco tempo sua diversão de sábado à noite era sair para "dar umas porradas nos veados". Infelizmente, os 25 megawats de potência da Mega FM não foram suficientes para alcançar aqueles que precisavam ouvir um pouco sobre diversidade, respeito e direitos humanos.

O último domingo foi marcado pela violência contra os gays. Dois incidentes escandalosos mostram que o combate à homofobia não é assunto para ser negociado por votos em períodos eleitorais. Em São Paulo, um jovem gay foi agredido violentamente enquanto caminhava distraído pela avenida Paulista, em plena luz do dia.

A cena foi gravada: o agressor quebra uma lâmpada fluorescente no rosto do gay e outra nas suas costas. Os bandidos presos foram libertados no dia seguinte. Segundo seus advogados, a agressão fora uma resposta a um flerte.

No mesmo domingo, após a Parada do Orgulho Gay do Rio de Janeiro, uma das mais famosas do mundo, um soldado do Exército brasileiro atingiu o abdome de um jovem gay com um tiro de fuzil. Apesar das testemunhas, ninguém foi preso e, na manhã seguinte, o Comando Militar do Leste divulgou nota negando a participação de qualquer militar no incidente. Dias depois, o soldado homofóbico confessou o crime.

Nos dois casos, impressiona a velocidade com que a Justiça agiu para libertar os culpados ou negar o seu envolvimento. Impressiona também a morosidade em reconhecerem que o que está por trás disso é o preconceito, cuja criminalização não consegue avançar graças a religiosos como o pastor televisivo Silas Malafaia, ou os senadores Magno Malta e Marcelo Crivella, que insistem em defender o seu direito de incitar a violência contra os gays em nome de Deus.

Enquanto isso, sem muitas esperanças, continuamos aguardando a implantação de políticas públicas de combate à homofobia, seja educando melhor os nossos jovens, seja punindo os criminosos que dela fazem uso.

Camisinha sempre!


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