sábado, 11 de setembro de 2010

Opinião - 11/09/2010



Quanto vale a sua opinião? Por quanto você deixaria de lado suas convicções e defenderia as minhas ideias contrárias às suas? Quanto você cobraria para desconsiderar todas as experiências de vida que ajudaram a construir aquilo que você chama de sua opinião? Quanto custa passar a ser visto como uma pessoa que se vende e que negocia seus apoios até mesmo com seus adversários, desde que o valor pago compense? Quanto vai custar remendar o estrago que esse (mau) exemplo faz à formação do caráter de nossos jovens, nossas crianças, nossos brasileiros e brasileiras que assistem a tudo isso pela TV? 

Nos últimos anos temos acompanhado a deterioração do caráter coletivo dessa nação. Chamo de caráter coletivo o conjunto de valores e os limites aceitáveis de tolerância ao descumprimento dos acordos sociais propostos, desde o simples ato de se jogar um papel de bala na rua até o de se apropriar de algo que não seja seu. Pois esse caráter coletivo tem incorporado comportamentos que não são exatamente aqueles que esperamos de uma nação que cresce, evolui e começa a chegar onde sempre sonhamos. 

Assistimos impassíveis à fragilização dos valores nacionais, aqueles que compõem o ideal do cidadão brasileiro, que norteiam projetos, ações, orçamentos públicos e para os quais se voltam os esforços das políticas de educação, cultura, direitos humanos e de todas as áreas que se dediquem a construir um país forte com um povo saudável, inteligente e feliz. 

Ao incorporarmos às características do brasileiro a ideia de que opinião se negocia, estamos enfraquecendo a luta para modificar os desastres da "lei de Gerson", de que bobo é aquele que não leva vantagem em tudo, certo? Quando nossos dirigentes rifam seus discursos, negam seus acordos, retiram seus apoios em troca de dinheiro (ou de votos), percebemos o quanto ainda falta para que deixemos de ser vistos como uma nação de malandros oportunistas. 

Àqueles que se preocupam com as sequelas que os exemplos de que dispomos possam deixar, sugiro aproveitar o horário da propaganda política como instrumento de debate em nossas casas. É preciso que as pessoas entendam que, apesar de existirem os que hoje se vendem para conseguir o poder, na justificativa de que os mais infames acordos se justificam desde que abram a possibilidade de acesso à máquina que faz acontecer, aceitar e concordar com isso nos torna cidadãos piores. 

Camisinha sempre! 




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