Um jovem de 15 anos foi assassinado em Juiz de Fora no dia 14 de
agosto de 2010. Membro da gangue do bairro Santa Luzia, Handerson e seus colegas se
encontraram com os rivais do Jardim Natal enquanto acontecia a Parada Gay, e a
briga foi generalizada. Entre rabos de arraia, chutes e voadoras, tiros: três
feridos e Handerson morto. Segundo sua mãe, ele não andava em gangue e
habitualmente sua vida era da escola para casa e de casa para a escola.
Handerson estava na rixa daquela tarde.
Em entrevista ao jornal
"Tribuna de Minas", de Juiz de Fora, o major Sérgio Lara, assessor de
comunicação da 4ª Região da PM, reconhece o descontrole sobre a situação.
Segundo ele, o Centro é território neutro, que se transforma numa praça de
guerra quando os grupos rivais se encontram. E o que assistimos é uma cidade
inteira triste, assustada e reclusa atrás de suas grades privativas, enquanto
os jovens se digladiam e se matam em disputas territoriais.
Responsabilizar as festas
populares pela falta de opção, pela vulnerabilidade social desses adolescentes,
pela dificuldade de acesso aos serviços públicos como educação, saúde, justiça,
lazer, pela negação dos seus direitos e seu protagonismo é como responsabilizar
o decote e a minissaia pelo estupro da mulher.
Na busca de soluções para a
violência na Parada Gay de Juiz de Fora, o MGM não tem poupado esforços:
aumentou o número de trios elétricos, mudou data, mudou trajeto, ampliou o
número de seguranças, criou blocos protegidos por cordeiros, negociou com a
Prefeitura, com a Polícia Militar, Bombeiros e tem cumprido à risca todas as
determinações de segurança estabelecidas para esse tipo de evento. Na busca de
soluções para uma educação pró-diversidade, a ONG tem capacitado escolas e
professores, tem oferecido assistência e lazer para os jovens homossexuais e
obtido resultados que a tornam referência para todo o Brasil na capacidade de
mobilização da comunidade LGBT local.
A cidade reconhece e aplaude
a alegria da Parada Gay e seus propósitos de paz, de reivindicação de direitos
e de confraternização, mas está com medo. Diante disso, cabe ao Estado resolver
a questão: ou nos tranca em casa e perdemos o direito de usufruir do espaço
público ou implanta ações efetivas que modifiquem a cultura machista, violenta
e homofóbica em que nossos jovens se formam adultos.
Camisinha sempre!
Oswaldo, meu caro, você soube identificar a origem do problema e a solução que ele requer.
ResponderExcluirMuito bom. Gostei do seu post.
E esta solução requer esforços exige união de esforços das três esferas do governo, com participação de interesses de responsáveis por ações de segurança pública, de lazer,em prol da juventude, do meio ambiente, etc
A solução não é mágica e nem barata.