Na reta final das eleições municipais algumas candidaturas
abertamente LGBT despontam e é interessante perceber que, apesar dos
regionalismos, os problemas que enfrentam não são diferentes.
Léo Mendes, líder do movimento gay do Centro Oeste é um dos fortes
candidatos a ocupar uma das cadeiras da Câmara Municipal de Goiânia. “Minha
campanha apostou 100% na comunidade LGBT, polarizando com os religiosos: ou
votam no candidato gay ou votam no candidato evangélico, quase como um
plebiscito. Espero que os eleitores entendam a importância de um candidato que
os defenda”, completou. Léo precisa de 6 mil votos e acredita na vitória, bem
como seus colegas de PT.
Em Salvador, desponta Marcelo Cerqueira, ex presidente do Grupo
Gay da Bahia. “Em 2004 tive 4.838 votos. Dessa vez acredito que supero a
barreira dos 5 mil, suficientes para me eleger”. Marcelo está envolvido com as
questões ambientais na Grande Salvador, o que abre outras portas para sua atuação
política. “Claro que trabalhamos os gays, mas como cidadãos que vivem numa
cidade onde os problemas atingem a todos. O fato de ser homossexual é uma
sofisticação que amplia nossas chances”, analisa.
No sul de Minas, Sander Simaglio entra pela segunda vez nessa
disputa. Em 2006, candidatou-se a Deputado Estadual pelo PV e dos 6 mil votos
que obteve só em Alfenas, acredita que menos de 5% foram da comunidade LGBT.
“Já os outros 1.700 espalhados pelo estado foram todos dos homossexuais. Mas
notamos ainda uma falta de consciência política de nossa comunidade que precisa
ser muito trabalhada”, completa. Sander disputa com outros 135 candidatos o
voto dos 45 mil eleitores de Alfenas e calcula que poderá se eleger se
conseguir chegar a 850.
Em Juiz de Fora, Marco Trajano assiste sua campanha a vereador
pelo PC do B crescer e aposta na união da comunidade LGBT local. “Conseguimos
reunir todos em torno de uma candidatura com chances reais e hoje assistimos ao
crescimento dessa onda: quem nega seu voto ao candidato gay tem sido visto como
uma pessoa pouco antenada”, salienta. Apesar de enfatizar sua ligação com o
movimento LGBT, Trajano tem trabalhado a população como um todo num discurso de
defesa de direitos e promoção da diversidade no Legislativo. Precisa de 4 mil
votos para ter chance de ocupar uma das 19 vagas de vereadores na Câmara.
Espero que, nessa arrancada final, nossa comunidade responda ao
chamamento político que vem sendo feito por esses e tantos outros bravos
companheiros e ajudem a abrir as portas da representação política para o nosso
movimento, equilibrando melhor as forças que defendem nossos direitos no
Legislativo.
Camisinha sempre!