sábado, 19 de julho de 2008

Parada de BH – 19/07/2008



Chegou a vez de BH: está no ar a 11ª Parada de Belô. Amanhã, cumprindo seu novo trajeto, partindo da Praça da Estação, subindo a Rua da Bahia e Afonso Pena, quatro trios elétricos embalados pela batida eletrônica dos nossos DJs e pela motivação da nossa visibilidade política arrastarão gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais pelos caminhos da capital mineira. O Brasil já se tornou recordista mundial no número de Paradas (127 no total) e a de BH é uma das mais emblemáticas, pois é uma das poucas que nasceu da iniciativa de um grupo de lésbicas: a Alem.

O significado da Parada de Belô de 2008 se amplia na perspectiva dos tristes acontecimentos de 2007, quando a intransigência da burocracia dos órgãos do governo, notadamente os de segurança, quase põe tudo a perder e impede a sua realização. No ano passado, quase que toda a mobilização vai por água abaixo.

Nesse contexto, os dois lados da questão tiveram que repensar seu desempenho em relação ao evento: por um lado, bombeiros e policiais militares custaram a reconhecer que o caráter da Parada extrapola a festa aparente, as músicas e danças que o caracterizam. Aliás, é exatamente para nos mostrar – incluindo nossas músicas e nossas danças – que arrebentamos as trancas dos armários e anunciamos que o tempo em que nossa orientação sexual era tida como motivo de vergonha já passou. A Parada exige o envolvimento e participação do poder público na sua organização, não como controladores, mas como parceiros num evento que atrai multidões.

Por outro lado, os organizadores da Parada de Belô perceberam que o gigantismo que nossas manifestações têm alcançado exige mais que uma simples convocação pública e o alinhamento de alguns carros de som repletos de cidadãos orgulhosos defilando pelas ruas da cidade. A Parada demanda uma estrutura que garanta conforto e segurança aos participantes, algo que vai além dos carimbos e laudos cerceantes listados nas portarias do Corpo de Bombeiros.

As lições aprendidas nesses dez anos em que a militância gay arrasta a população de BH pelas ruas centrais da cidade foram responsáveis pelo amadurecimento da Parada de Belô e pela transformação do evento num dos mais destacados do Brasil.

Amanhã é dia de caprichar, botar uma roupa bonita, vestir-se de orgulho e, a partir do meio dia, se concentrar na praça da Estação, onde um palco gigantesco estará recebendo as drag queens que encantam a cena gay da capital mineira, e os ativistas com suas palavras de ordem, reforçando o caráter político do evento. Amanhã é dia de Parada, dia de mostrar a todos que BH se orgulha de seus gays.

Camisinha sempre!

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