sábado, 5 de julho de 2008

Obama – 05/07/2008



O mundo tem assistido, nos últimos anos, um embate entre o pensamento conservador e as ideias de vanguarda que coloca os direitos dos homossexuais, notadamente a união civil entre pessoas do mesmo sexo, como um dos pontos de destaque, decisivo nos momentos mais importantes da nossa história recente, entre eles as eleições norte-americanas. Desde a primeira vitória de George Bush, aliado do Vaticano na oposição aos direitos dos gays, o assunto tem atraído a atenção dos eleitores e polarizado a opinião pública mundial.

Nos Estados Unidos, desde o dia 16 de junho, a Califórnia tornou-se o segundo a realizar cerimônias de casamento entre gays e lésbicas. O primeiro foi Massachusetts, mas, avançando, a Califórnia tem oficializado a união entre pessoas do mesmo sexo inclusive de outros Estados, o que tem atraído casais de todo o país.

Em meio às discussões, Barack Obama, o candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, divulgou nota em que defende "direitos totalmente iguais e benefícios para casais do mesmo sexo, tanto nas leis estaduais quanto na federal". Seu opositor John McCain, do Partido Republicano, repudia a idéia e é a favor de se definir o casamento como uma união entre um homem e uma mulher, o que revogaria o avanço californiano.

Esperança. A eleição de Obama em 4 de novembro pode significar o final de um longo período de conservadorismo e, finalmente, um passo à frente no direito dos homossexuais norte-americanos, o que, seguramente ecoará em todo o planeta.

Mas os avanços de Obama não se limitam à união civil. Ele tem se mostrado um importante defensor do Estado laico, apregoando que somente a separação entre Estado e igrejas garante a liberdade religiosa de todos.

Obama significa também uma nova esperança na luta contra a Aids. O candidato se opõe à política ABC do governo Bush, que prega a abstinência, a fidelidade e a postergação da primeira relação como principais ferramentas de prevenção às doenças sexualmente transmissíveis, como a Aids. Uma política de avestruz que se recusa a encarar os hábitos sexuais da população e que incentiva a hipocrisia, além de evitar uma abordagem corajosa e direta à questão: não é deixando de ter uma vida sexual que se evitará a infecção pelo HIV e, sim, adotando práticas de sexo seguro, com o uso do preservativo.

O jovem democrata negro Barack Obama, se eleito, pode ser o arauto de um mundo menos injusto e preconceituoso para os homossexuais. Espero que os eleitores norte-americanos concordem.


Camisinha sempre!

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