O mundo tem assistido, nos últimos anos, um embate entre o
pensamento conservador e as ideias de vanguarda que coloca os direitos dos
homossexuais, notadamente a união civil entre pessoas do mesmo sexo, como um
dos pontos de destaque, decisivo nos momentos mais importantes da nossa
história recente, entre eles as eleições norte-americanas. Desde a primeira
vitória de George Bush, aliado do Vaticano na oposição aos direitos dos gays, o
assunto tem atraído a atenção dos eleitores e polarizado a opinião pública
mundial.
Nos Estados Unidos, desde o dia 16 de junho, a Califórnia
tornou-se o segundo a realizar cerimônias de casamento entre gays e
lésbicas. O primeiro foi Massachusetts, mas, avançando, a Califórnia tem
oficializado a união entre pessoas do mesmo sexo inclusive de outros Estados, o
que tem atraído casais de todo o país.
Em meio às discussões, Barack Obama, o candidato democrata à
presidência dos Estados Unidos, divulgou nota em que defende "direitos
totalmente iguais e benefícios para casais do mesmo sexo, tanto nas leis
estaduais quanto na federal". Seu opositor John McCain, do Partido
Republicano, repudia a idéia e é a favor de se definir o casamento como uma
união entre um homem e uma mulher, o que revogaria o avanço californiano.
Esperança. A eleição de Obama em 4 de
novembro pode significar o final de um longo período de conservadorismo e,
finalmente, um passo à frente no direito dos homossexuais norte-americanos, o
que, seguramente ecoará em todo o planeta.
Mas os avanços de Obama não se limitam à união civil. Ele tem se
mostrado um importante defensor do Estado laico, apregoando que somente a
separação entre Estado e igrejas garante a liberdade religiosa de todos.
Obama significa também uma nova esperança na luta contra a Aids. O
candidato se opõe à política ABC do governo Bush, que prega a abstinência, a
fidelidade e a postergação da primeira relação como principais ferramentas de
prevenção às doenças sexualmente transmissíveis, como a Aids. Uma política de
avestruz que se recusa a encarar os hábitos sexuais da população e que
incentiva a hipocrisia, além de evitar uma abordagem corajosa e direta à
questão: não é deixando de ter uma vida sexual que se evitará a infecção pelo
HIV e, sim, adotando práticas de sexo seguro, com o uso do preservativo.
O jovem democrata negro Barack Obama, se eleito, pode ser o arauto
de um mundo menos injusto e preconceituoso para os homossexuais. Espero que os
eleitores norte-americanos concordem.
Camisinha sempre!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por deixar seu comentario.