Diferente do Brasil, em
inúmeros países do mundo a preocupação com a inter-relação entre
homossexualidade e doenças mentais é prioridade entre aquelas que assombram
governantes e movimentos sociais que lutam pelos direitos LGBT - entre eles o
direito à saúde. Por aqui, as sequelas da rejeição familiar e aquelas
provocadas pela homofobia institucional, notadamente em órgãos públicos
(escola, sistema de saúde, justiça e segurança pública, entre outros) não são
abordadas com a atenção que o assunto requer, seja por preconceito ou pela
própria aspereza e delicadeza do tema.
Não resta dúvida que a
loucura está entre nós. Não por acaso, os homofóbicos nos tratam de
"bichas loucas" e nos fazem vítimas de suas próprias insanidades
quando nos matam pretendendo matar em si aquilo que nós representamos. Somos
vítimas de distúrbios psicossociais provocados pela violência doméstica e pelos
crimes de ódio e necessitamos de ajuda psicológica para lidar com o estigma
associado ao fato de sermos uma minoria sexual ou aqueles decorrentes da
decisão de sairmos do armário e assumirmo-nos gays.
O movimento LGBT propala as
virtudes do "coming out" e incentiva a saída do armário como uma das
formas de se evitar os distúrbios mentais causados por uma vida paralela em
segredo. A estratégia brasileira investe na promoção de um ambiente de
aceitação, respeito e acolhimento que não justifique mais o medo de se viver
plenamente nossa autêntica orientação homossexual. Além de fazer bem à saúde,
principalmente à saúde mental, assumir-se gay colabora para que as pessoas nos
vejam e reconheçam como parte integrante do composto social. E só seremos
vistos quando deixarmos de ter medo de nos mostrar.
Entre nós encontramos altas
taxas de doenças mentais crônicas ou agudas que variam de ansiedades provocadas
pela vida dupla e secreta, depressões prolongadas relacionadas ao isolamento
social, baixa autoestima e neuroses advindas da não realização de nossa
identidade sexual, além de vários outros efeitos que quando combinados com
outras doenças, como o câncer ou a Aids, podem se tornar exponencialmente mais
graves. Pesquisas comprovam que, na América Latina, a ideia de suicídio entre
homens que fazem sexo com homens soropositivos é 35% maior que na população em
geral.
Está na hora de enfrentarmos
a questão, principalmente o uso de álcool e drogas, seja por recreação ou
dependência, como um problema de saúde que tem sua origem na homofobia e
consequências diretas no nosso comportamento e atitudes diante da vida.
Camisinha sempre!
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